Banha de porco é mais saudável que óleo de soja?
Banha de porco ou óleo de soja para cozinhar: qual gordura protege mais o coração?

Na hora de cozinhar, qual gordura usar? Essa pergunta já passou pela cabeça de quem tenta cuidar melhor da alimentação sem abrir mão do sabor. Afinal, tantas opções nos mercados podem confundir até quem entende do assunto. Mas um estudo feito no Paraná resolveu colocar dois ingredientes bem comuns à prova: banha de porco e óleo de soja. O resultado chamou atenção e trouxe novos questionamentos sobre o que realmente faz bem para o corpo.
O estudo que comparou os dois tipos de gordura
Pesquisadores da Faculdade União das Américas testaram os efeitos da banha e do óleo de soja em duas mulheres, ao longo de 45 dias. Em todas as refeições principais, elas usaram 80g de um desses ingredientes para cozinhar. Os exames de colesterol foram feitos antes e depois do experimento.
No fim do teste, a participante que consumiu óleo de soja teve aumento do colesterol ruim (LDL), dos triglicerídeos e ainda perdeu uma parte do colesterol bom (HDL). Já a mulher que comeu pratos com banha de porco teve uma resposta bem diferente: o colesterol ruim caiu, os triglicerídeos diminuíram e o HDL subiu.
O que isso quer dizer na prática?
O colesterol é um dos marcadores mais importantes da saúde cardiovascular. O HDL, chamado de colesterol bom, ajuda a proteger o coração. O LDL, conhecido como ruim, quando alto, aumenta os riscos de entupimento das artérias. Já os triglicerídeos, se elevados, também representam risco para o coração.
Nesse cenário, a banha de porco surpreendeu. Mesmo sendo de origem animal e com mais gordura saturada, ela não teve o impacto negativo que se imaginava. Pelo contrário, os dados mostraram melhora nos indicadores de saúde.
Outro ponto importante é a resistência ao calor. Quando se cozinha com fogo alto, como em frituras ou selagens, nem toda gordura aguenta sem se transformar quimicamente. As gorduras saturadas, como a banha de porco, o óleo de coco ou a manteiga, tendem a ser mais estáveis nessas situações. Já os óleos vegetais, como o de soja e canola, oxidam mais fácil.
Isso significa que, para preparos em altas temperaturas, a banha pode ser uma escolha mais segura.
Claro que nenhum alimento deve ser consumido em excesso. Mesmo com bons resultados, a banha ainda é calórica e tem gordura saturada. O segredo está no equilíbrio.
A comparação: prós e contras dos dois ingredientes
Banha de porco:
- Mais estável em altas temperaturas
- Pode aumentar o colesterol bom (HDL)
- Redução do colesterol ruim e triglicerídeos, segundo o estudo
- Produto natural, sem aditivos
Óleo de soja:
- Rico em gorduras insaturadas
- Tende a oxidar mais fácil com calor
- Possui ômega 6 em excesso, o que pode causar inflamações se consumido em grandes quantidades
Quem mais se interessa por essa comparação?
O público com maior interesse neste tema costuma ser formado por pessoas acima de 35 anos, que já estão mais atentas à saúde, mas também se preocupam com o sabor e o preparo da comida no dia a dia. Muitas dessas pessoas lidam com colesterol alto, hipertensão ou diabetes, e buscam informações claras e confiáveis para melhorar a alimentação da casa inteira.
O que considerar na hora de escolher
Cada organismo é diferente. O que funciona para uma pessoa pode não ser o ideal para outra. Mas, com base nas evidências do estudo, a banha de porco pode ser considerada uma alternativa válida, principalmente se for usada com moderação e em receitas que pedem cozimento mais longo ou mais quente.
Quem busca opções mais saudáveis precisa observar os rótulos, conhecer os métodos de preparo e conversar com profissionais de saúde. Trocar o óleo da cozinha pode parecer um detalhe pequeno, mas a longo prazo, ajuda a melhorar a qualidade das refeições e, consequentemente, da saúde.
Vale mesmo a troca?
Mudar um ingrediente tão presente no dia a dia pode causar dúvidas. Mas vendo os resultados apresentados por esse estudo, talvez seja a hora de repensar o que vai para a panela. Já parou para observar qual tipo de gordura tem sido usado nas suas refeições? Será que essa escolha está ajudando ou atrapalhando sua saúde?