Durante o mês de novembro, a campanha Novembro Azul ganha destaque mundial, focando na conscientização sobre a saúde masculina e, em especial, na prevenção ao câncer de próstata. Essa mobilização é fundamental, pois a doença apresenta números alarmantes. Globalmente, foram registrados aproximadamente 1,47 milhão de novos casos em 2022, posicionando-o entre os tumores mais comuns em homens.
No Brasil, o cenário inspira atenção. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima 71.730 novos casos anuais para o triênio 2023-2025. Este é o tipo de câncer com maior incidência na população masculina, desconsiderando os tumores de pele não melanoma. Em 2021, a doença foi responsável por mais de 16 mil mortes no país, uma média de 44 óbitos por dia, o que reforça a urgência do diagnóstico precoce.
O que é o câncer de próstata?
A próstata é uma glândula exclusiva do sistema reprodutor masculino, localizada abaixo da bexiga. Sua principal função é produzir um líquido que compõe o sêmen, nutrindo os espermatozoides. O câncer de próstata ocorre quando as células desta glândula começam a se multiplicar de forma descontrolada.
Em muitos casos, o tumor cresce lentamente e pode não apresentar sintomas ou ameaças diretas à vida. Contudo, existem formas mais agressivas que podem evoluir rapidamente, espalhando-se para outros órgãos (metástase) e tornando o tratamento mais complexo.
Fatores de risco e sinais de alerta
A idade é o principal fator de risco, com a maioria dos diagnósticos ocorrendo em homens com mais de 55 anos. Outros pontos de atenção incluem:
- Histórico familiar: Homens com pai ou irmão que tiveram a doença antes dos 60 anos possuem maior risco.
- Etnia: A incidência é maior em homens negros.
- Estilo de vida: Sobrepeso e obesidade estão associados a um maior risco de desenvolver formas mais agressivas do tumor.
Na fase inicial, a doença é silenciosa. Quando os sintomas aparecem, geralmente indicam um estágio mais avançado. Os mais comuns são dificuldade para urinar, diminuição do jato urinário, necessidade de urinar com mais frequência e presença de sangue na urina.

Imagem: Freepik
A importância do diagnóstico precoce
Quando detectado em estágio inicial, o câncer de próstata tem altas chances de cura. Por isso, a recomendação do Ministério da Saúde é que homens a partir dos 50 anos (ou 45, em caso de fatores de risco) conversem com seu médico sobre a realização de exames preventivos. Os principais métodos de rastreamento são:
- Exame de PSA (Antígeno Prostático Específico): Um exame de sangue que mede os níveis de uma proteína produzida pela próstata. Valores elevados podem indicar alterações, que precisam ser investigadas.
- Exame de toque retal: Procedimento rápido no qual o médico avalia o tamanho, a forma e a textura da glândula. Apesar do tabu, é um exame fundamental para detectar anomalias que o PSA pode não identificar.
Caso alguma alteração seja encontrada, o diagnóstico definitivo é confirmado por meio de uma biópsia, na qual pequenos fragmentos da próstata são retirados para análise.
Opções de tratamento
A escolha do tratamento depende do estágio da doença, da idade e das condições de saúde do paciente. As abordagens podem variar desde a observação vigilante, em casos de tumores de baixa agressividade, até cirurgia, radioterapia e terapia hormonal. Todas essas modalidades são oferecidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Cuidar da saúde é um ato de responsabilidade e autocuidado. A prevenção e o diagnóstico precoce são as ferramentas mais eficazes na luta contra o câncer de próstata. Quebrar o preconceito e buscar orientação médica regularmente não é um sinal de fragilidade, mas sim de coragem e amor à vida. Converse com um profissional de saúde, esclareça suas dúvidas e mantenha seus exames em dia.
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Perguntas frequentes
1. O câncer de próstata afeta a ereção?
A doença em si não causa diretamente problemas de ereção, mas alguns tratamentos, como a cirurgia ou a radioterapia, podem ter a disfunção erétil como efeito colateral, que pode ser temporário ou permanente.
2. A partir de qual idade os exames preventivos são indicados?
A recomendação geral é a partir dos 50 anos. Para homens com histórico familiar da doença (pai ou irmão) ou homens negros, a orientação é iniciar o acompanhamento aos 45 anos.
3. Apenas o exame de PSA é suficiente para o diagnóstico?
Não. O exame de PSA é uma ferramenta de rastreamento importante, mas deve ser avaliado em conjunto com o exame de toque retal, pois ambos se complementam para uma detecção mais eficaz.
4. Ter a próstata aumentada significa que tenho câncer?
Não necessariamente. O aumento da próstata, conhecido como Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), é uma condição comum com o envelhecimento e não é câncer. Contudo, apenas um médico pode fazer essa distinção.
5. O câncer de próstata tem cura?
Sim, especialmente quando diagnosticado em seus estágios iniciais. As taxas de cura podem ultrapassar os 90% nesses casos, reforçando a importância dos exames preventivos.














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