Ligações do crédito consignado: Aumento de Bloqueios de Chamadas Chega a 5 Milhões
Aumento de pedidos de bloqueios de chamadas do consignado do INSS começa a chamar atenção
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Se você é um aposentado ou pensionista do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), certamente já recebeu alguma ligação de pedido de entrada em um consignado. Acredite, você não está sozinho.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) revelou nesta semana novos números sobre os pedidos de bloqueio de chamadas relacionadas ao crédito consignado. De acordo com as informações da instituição, esses pedidos já passam a marca dos 5 milhões.
A grande parte desses pedidos está vindo da região Sudeste. Veja os números:
- Região Sudeste: Lidera os pedidos, com 53,3% do total.
- Região Sul: Registra 18,6% das solicitações.
- Região Nordeste: Concentra 14,6% dos bloqueios.
- Região Centro-Oeste: Representa 9,66% dos pedidos.
- Região Norte: Responde por 3,65% dos bloqueios.
Considerando apenas os estados, São Paulo é o destaque figurando no topo da lista com mais de 1,5 milhão de pedidos de bloqueio. Na sequência, os destaques vão para:
- Minas Gerais: 561.977 pedidos.
- Rio de Janeiro: 507.781 solicitações.
Ações de fiscalização
Ainda tomando como base as informações da Febraban, desde o ano de 2025 há uma intensificação da fiscalização sobre oferta do crédito consignado. De lá até aqui:
- 1.385 punições foram aplicadas a empresas por práticas irregulares.
- 53 instituições tiveram a autorização suspensa para operar no setor.
O que acontece depois da denúncia
Vale lembrar que qualquer instituição financeira deve seguir as regras gerais de oferta de crédito consignado. Aquelas que descumprirem essas normas poderão ser multadas com valores que podem variar entre R$ 45 mil e R$ 1 milhão. .
Toda essa quantia é direcionada para projetos de educação financeira. Essa foi a maneira que o estado brasileiro encontrou de fazer com que as multas tenham algum tipo de efeito no futuro econômico do país.
Consignado privado
O governo federal está estudando a possibilidade de lançar, ainda em 2025, uma nova versão do crédito consignado voltado para os trabalhadores da iniciativa privada. Esse é um tipo de empréstimo mais comum atualmente entre os segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O tema, que está em discussão há quase um ano, começou a se tornar uma prioridade para atual gestão. No início dessa semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad e do Trabalho Luiz Marinho, e com o presidente da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Isaac Sydney.
Também estavam presentes na reunião os executivos dos principais bancos do país: Milton Maluhy (Itaú), Marcelo Noronha (Bradesco) e Mario Leão (Santander).
O que muda no consignado para os trabalhadores do setor privado
Como o tema ainda está sendo estudado, não existe por agora um texto finalizado sobre o que vai mudar definitivamente no consignado para os trabalhadores do setor privado.
Contudo, alguns pontos já podem ser discutidos. Atualmente o crédito consignado privado já é regulamentado por lei, mais a concessão ocorre por meio de convênios entre bancos e grandes empresas.
Com a nova proposta que está sendo estudada, fica definido que:
- Os bancos terão acesso direto aos dados de aproximadamente 42 milhões de trabalhadores com carteira assinada, sem a necessidade da intermediação das empresas.
- A concorrência entre os bancos deve aumentar, o que pode levar a uma redução nas taxas de juros.
- Os juros poderão se aproximar dos valores cobrados no crédito consignado para beneficiários do INSS e servidores públicos.
Com o objetivo de viabilizar esse novo modelo de consignado, o governo federal pretende integrar os bancos privados ao sistema eSocial. Trata-se de uma plataforma que centraliza as informações fiscais, previdenciárias e trabalhistas das empresas.
Assim, alguns dados como vínculos empregatícios, folhas de pagamento e contribuições previdenciárias poderiam ser usados para análise de crédito por parte dos bancos.
Com esse movimento, a expectativa do governo federal é triplicar o volume de crédito consignado no país, atingindo a marca de R$ 120 bilhões.