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INSS: Novo teto do crédito consignado para aposentados e pensionistas; confira

O crédito consignado é uma modalidade de empréstimo muito popular entre aposentados e pensionistas do INSS

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) anunciou uma mudança no teto do crédito consignado para aposentados e pensionistas. Esta alteração tem gerado discussões e dúvidas entre os beneficiários e o setor financeiro. Entenda os detalhes desta nova medida e seus possíveis impactos.

O Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) decidiu elevar a taxa de juros máxima permitida para empréstimos consignados. Esta decisão afeta diretamente milhões de aposentados e pensionistas que utilizam ou pretendem utilizar esta modalidade de crédito. Mas quais são as implicações práticas desta mudança? Como ela afetará o dia a dia dos beneficiários do INSS?

A nova taxa de juros estabelecida pelo CNPS passou de 1,66% para 1,80% ao mês. Esta alteração pode parecer pequena à primeira vista, mas seu impacto pode ser considerável no longo prazo. É importante entender o contexto desta mudança e como ela se relaciona com o cenário econômico atual do Brasil.

Além disso, é importante examinar como esta nova regulamentação afetará a oferta de crédito consignado pelos bancos e instituições financeiras. Alguns bancos já haviam suspendido a oferta desta linha de crédito devido à baixa rentabilidade. A nova taxa poderá influenciar suas decisões futuras?

Entendendo o novo teto do crédito consignado

O crédito consignado é uma modalidade de empréstimo muito popular entre aposentados e pensionistas do INSS. Sua principal característica é o desconto das parcelas diretamente na folha de pagamento do beneficiário, o que reduz o risco para as instituições financeiras e, consequentemente, permite taxas de juros mais baixas.

Com a recente decisão do CNPS, o teto da taxa de juros para esta modalidade de crédito foi elevado de 1,66% para 1,80% ao mês. Esta mudança representa um aumento de 0,14 pontos percentuais, o que pode parecer pouco, mas tem implicações quando se considera o montante total do empréstimo e seu prazo de pagamento.

Para entender melhor o impacto desta mudança, considere um exemplo prático. Suponha um empréstimo consignado de R$ 10.000, com prazo de 60 meses:

  • Com a taxa anterior de 1,66% ao mês, o valor total a ser pago seria de aproximadamente R$ 18.600.
  • Com a nova taxa de 1,80% ao mês, o valor total sobe para cerca de R$ 19.800.

Portanto, neste exemplo, o aumento da taxa resultaria em um acréscimo de R$ 1.200 no valor total a ser pago pelo beneficiário ao longo do período do empréstimo.

É importante ressaltar que esta mudança afeta apenas os novos contratos de crédito consignado. Os empréstimos já em vigor continuam com as taxas originalmente contratadas.

Montagem com elementos relacionados à Previdência Social do Brasil, incluindo uma placa do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e diversas notas de dinheiro em real, simbolizando benefícios previdenciários e pagamentos
A principal característica do crédito consignado do INSS é o desconto das parcelas diretamente na folha de pagamento do beneficiário

Motivos para a alteração do teto

A decisão de aumentar o teto do crédito consignado não foi tomada de forma arbitrária. Vários fatores econômicos e setoriais influenciaram esta mudança. Entender estes motivos é fundamental para compreender o contexto mais amplo desta alteração.

Um dos principais fatores foi o aumento da taxa Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira. Em setembro de 2023, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic de 10,50% para 12,25% ao ano. Este aumento impacta diretamente o custo de captação dos bancos, pressionando as taxas de juros de diversas modalidades de crédito, incluindo o consignado.

Outro fator relevante foi a pressão do setor bancário. Representantes dos bancos argumentavam que a diferença entre o custo de captação e os juros cobrados nos empréstimos consignados para aposentados e pensionistas estava muito baixa, em torno de 0,51% em média.

O CNPS também levou em consideração a necessidade de manter o equilíbrio entre a oferta de crédito e a proteção dos beneficiários do INSS. A elevação do teto visa estimular os bancos a continuarem oferecendo esta modalidade de empréstimo, que é importante para muitos aposentados e pensionistas.

Impacto nas instituições financeiras

A alteração no teto do crédito consignado tem impactos não apenas para os beneficiários do INSS, mas também para as instituições financeiras que oferecem esta modalidade de empréstimo. É importante analisar como os bancos e outras entidades do setor financeiro estão reagindo a esta mudança.

Antes da elevação do teto, muitos bancos haviam reduzido ou até mesmo suspendido a oferta de crédito consignado, especialmente através de correspondentes bancários. Esta decisão foi motivada pela baixa rentabilidade da operação, considerando o custo de captação e as taxas de juros permitidas.

Com o novo teto de 1,80% ao mês, espera-se que algumas instituições financeiras retomem a oferta desta linha de crédito. No entanto, é importante notar que o setor bancário havia proposto uma elevação ainda maior, para 1,99% ao mês. Portanto, ainda há discussões sobre se o novo teto será suficiente para tornar a operação atrativa para todos os bancos.

A retomada da oferta de crédito consignado por mais instituições pode beneficiar os aposentados e pensionistas, aumentando a concorrência e potencialmente levando a condições mais favoráveis. Por outro lado, o aumento da taxa máxima permitida pode resultar em empréstimos mais caros para os beneficiários.

É importante que os aposentados e pensionistas fiquem atentos às ofertas de diferentes instituições financeiras. Com 78 entidades conveniadas oferecendo crédito consignado, há espaço para variações nas taxas e condições oferecidas.

Comparação com outras modalidades de crédito

O crédito consignado, mesmo com o novo teto de juros, continua sendo uma das modalidades de empréstimo mais acessíveis no mercado brasileiro. Para entender melhor sua posição, é útil compará-lo com outras opções de crédito disponíveis.

Veja uma comparação das taxas médias de juros de diferentes modalidades de crédito:

  1. Crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS: até 1,80% ao mês
  2. Empréstimo pessoal: em torno de 3,5% a 5% ao mês
  3. Cheque especial: pode chegar a 8% ao mês
  4. Cartão de crédito rotativo: frequentemente ultrapassa 10% ao mês

No entanto, é importante lembrar que o cartão de crédito consignado, uma variante desta modalidade, manteve sua taxa máxima em 2,46% ao mês. Esta opção pode ser mais cara que o empréstimo consignado tradicional, mas ainda é mais vantajosa que muitas outras formas de crédito.

Fatima Azevedo

Graduada em Ciências Biológicas. Professora. Redatora grupo Sena Online.

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