O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) dará continuidade ao seu processo de revisão de benefícios em 2025, uma prática essencial para garantir a integridade do sistema previdenciário brasileiro. Este procedimento, conhecido popularmente como “pente-fino”, visa assegurar que os recursos sejam direcionados corretamente àqueles que realmente necessitam.
A revisão abrangerá diversos tipos de benefícios, com foco especial naqueles relacionados à incapacidade temporária, como o auxílio-doença, e à aposentadoria por invalidez. O objetivo principal é verificar se os beneficiários ainda atendem aos critérios estabelecidos para o recebimento dos auxílios.
Contextualização da revisão do INSS
A revisão dos benefícios previdenciários é uma prática recorrente e necessária para manter a saúde financeira do sistema de seguridade social. Em 2025, o INSS continuará com esta importante tarefa, focando em benefícios específicos e utilizando novas tecnologias para tornar o processo mais eficiente.
O pente-fino não é uma novidade, mas uma continuação de esforços anteriores. Em 2024, por exemplo, centenas de milhares de beneficiários passaram por este processo, resultando em um número significativo de cancelamentos de benefícios que não mais se justificavam.
Esta ação do INSS não visa prejudicar os segurados, mas sim garantir que os recursos sejam distribuídos de forma justa e de acordo com a legislação vigente. É uma medida que busca equilibrar as contas da Previdência Social e combater possíveis fraudes ou irregularidades.
Benefícios alvo da revisão
O foco principal da revisão em 2025 será nos benefícios por incapacidade, tanto temporária quanto permanente. Isso inclui:
- Auxílio-doença (agora chamado de benefício por incapacidade temporária)
- Aposentadoria por invalidez
- Outros auxílios relacionados à incapacidade laboral
A escolha desses benefícios como alvo principal se deve ao fato de que as condições de saúde dos beneficiários podem mudar ao longo do tempo, seja melhorando ou se agravando. Portanto, é importante verificar periodicamente se o benefício ainda é necessário ou se precisa ser ajustado.
Critérios de seleção para a revisão
O INSS utilizará diversos critérios para selecionar os beneficiários que passarão pela revisão. Entre eles, destacam-se:
- Beneficiários de longa data sem atualização médica recente
- Segurados com indícios de que a incapacidade pode ter cessado
- Casos com inconsistências nos dados médicos ou na documentação apresentada
É importante ressaltar que nem todos os beneficiários serão convocados. O instituto priorizará os casos que apresentem maior probabilidade de necessitar de uma reavaliação.
Etapas do processo de revisão
O processo de revisão dos benefícios do INSS em 2025 seguirá uma série de etapas bem definidas:
- Seleção dos benefícios a serem revisados
- Notificação dos segurados selecionados
- Apresentação de documentos pelos beneficiários
- Realização de perícia médica
- Análise dos resultados e tomada de decisão
Notificação e prazos
Após a seleção dos benefícios a serem revisados, o INSS notificará os segurados sobre a necessidade de passar pelo processo. As notificações podem ser feitas por diferentes meios:
- Rede bancária
- Comunicação eletrônica
- Via postal com Aviso de Recebimento (AR)
- Pessoalmente
- Por edital, em casos onde o beneficiário não seja localizado
Os beneficiários notificados terão um prazo de 30 dias para apresentar a documentação necessária e agendar a perícia médica. Este prazo é importante e deve ser respeitado para evitar possíveis suspensões do benefício.
Documentação necessária
Os segurados convocados para a revisão deverão apresentar uma série de documentos, que podem incluir:
- Documentos pessoais (RG, CPF)
- Laudos médicos recentes
- Exames complementares
- Atestados médicos atualizados
- Comprovantes de tratamentos realizados
É fundamental que os beneficiários reúnam toda a documentação pertinente que comprove sua condição atual de saúde e a necessidade de manutenção do benefício.
Realização da perícia médica
A perícia médica é uma etapa fundamental no processo de revisão. Durante este procedimento, um médico perito do INSS avaliará a condição de saúde do beneficiário para determinar se ainda há incapacidade que justifique a continuidade do benefício.
Os segurados podem agendar a perícia através do aplicativo ou site Meu INSS, ou ainda pela Central de Atendimento 135. É importante comparecer à perícia na data e horário marcados, levando toda a documentação solicitada.
Possíveis resultados da revisão
Após a realização da perícia médica, o INSS pode chegar a três conclusões principais:
- Manutenção do benefício: quando se confirma que a incapacidade persiste
- Cessação do benefício: quando se constata que não há mais incapacidade
- Conversão do benefício: quando se verifica que a incapacidade temporária se tornou permanente, podendo resultar em uma aposentadoria por incapacidade permanente
É importante que o segurado esteja preparado para qualquer um desses resultados e saiba como proceder em cada caso.
Recursos em caso de cessação do benefício
Se o benefício for cessado e o segurado acreditar que ainda tem direito a ele, é possível recorrer da decisão. O primeiro passo é entrar com um recurso administrativo junto ao Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS).
Este recurso pode ser solicitado através do site ou aplicativo Meu INSS, ou pelo telefone 135, sem necessidade de comparecimento a uma agência física do INSS. O prazo para entrar com o recurso é de 30 dias a partir da data de ciência da decisão.
Caso o recurso administrativo seja negado, o segurado ainda pode buscar seus direitos na Justiça. Neste caso, é recomendável buscar orientação jurídica especializada.
Grupos isentos da revisão
Existem alguns grupos de beneficiários que, em princípio, não serão convocados para a revisão. São eles:
- Segurados com mais de 55 anos que recebem o benefício por incapacidade há mais de 15 anos
- Beneficiários com mais de 60 anos, protegidos pelo Estatuto do Idoso
- Aposentados por incapacidade permanente devido ao HIV
Estes grupos são considerados mais vulneráveis ou em situações onde a probabilidade de recuperação é menor, justificando sua isenção do processo de revisão.