Você precisa ficar atento aos sintomas precoces de Alzheimer antes dos 40 anos
Sinais iniciais de Alzheimer podem surgir aos 30 anos.

Pesquisadores da University College London (UCL) realizaram uma descoberta inovadora que pode transformar a forma como diagnosticamos o Alzheimer. Segundo o estudo, um sintoma da doença pode surgir até 25 anos antes dos sinais mais conhecidos, como a perda de memória. Esse achado tem o potencial de permitir um diagnóstico muito mais precoce, o que, por sua vez, abre portas para tratamentos mais eficazes e intervencionistas antes que a doença atinja estágios graves.
O estudo e a descoberta surpreendente
O estudo liderado pela Dra. Coco Newton, do University College London, focou em identificar sinais iniciais da doença de Alzheimer, que antes eram difíceis de detectar. Tradicionalmente, o Alzheimer é diagnosticado em sua fase mais avançada, quando a perda de memória e o declínio cognitivo já são evidentes. No entanto, os pesquisadores descobriram que um sinal pode surgir muito antes, particularmente em pessoas ao redor dos 40 anos de idade.
Esse sinal precoce está relacionado à dificuldade de navegação e compreensão espacial, ou seja, a perda da capacidade de se orientar no ambiente. Em testes realizados com realidade virtual, indivíduos com maior risco de desenvolver demência apresentaram piores resultados, indicando que esse sintoma pode ser um precursor do Alzheimer.
Como a dificuldade de navegação pode ser um sintoma inicial
A descoberta de que a perda de habilidade para se localizar no espaço pode ocorrer até 25 anos antes de outros sintomas conhecidos é um avanço significativo na medicina. Esse sintoma de orientação espacial pode ser identificado por meio de testes de navegação que simulam ambientes virtuais. Indivíduos com risco elevado de demência, mesmo sem apresentar outros sinais de Alzheimer, demonstraram dificuldades em se posicionar e se movimentar dentro desses ambientes virtuais, o que sugere que problemas espaciais podem preceder a perda de memória.
A Dra. Coco Newton enfatizou que essa descoberta pode revolucionar o diagnóstico precoce da doença. Ao identificar o Alzheimer em suas fases iniciais, seria possível aplicar tratamentos e estratégias de intervenção muito antes que o paciente passasse a sofrer os impactos mais severos da doença, como a perda de memória e a confusão mental.
Diagnóstico precoce: a chave para um tratamento mais eficaz
O diagnóstico precoce é fundamental para a eficácia dos tratamentos do Alzheimer. Com o reconhecimento antecipado dos primeiros sinais da doença, os médicos podem iniciar terapias e medicamentos que retardam a progressão do Alzheimer, oferecendo aos pacientes uma melhor qualidade de vida por mais tempo.
Existem atualmente tratamentos em estágio de aprovação, como o lecanemab e o donanemab, que atuam no combate ao acúmulo de proteínas amiloides no cérebro, um dos fatores principais que contribuem para o desenvolvimento da doença. Esses medicamentos têm mostrado maior eficácia quando administrados em estágios iniciais da doença, antes que danos mais profundos ocorram no cérebro.
Porém, esses tratamentos ainda estão sob investigação, e os cientistas alertam para os efeitos colaterais potenciais, como o encolhimento do cérebro, que pode ser prejudicial em certos casos. De qualquer forma, o diagnóstico precoce possibilita uma intervenção mais segura e eficaz, aumentando as chances de um tratamento bem-sucedido.
Outros sinais de alerta do Alzheimer
Embora a dificuldade de navegação seja uma descoberta promissora, é importante lembrar que o Alzheimer pode se manifestar de várias maneiras, dependendo da pessoa. Outros sinais precoces incluem:
- Dificuldade de memória: A perda de memória recente é frequentemente um dos primeiros sinais da doença, dificultando a lembrança de acontecimentos do dia a dia.
- Problemas no raciocínio e tomada de decisões: Pacientes podem começar a mostrar dificuldades em resolver problemas simples ou tomar decisões em situações cotidianas.
- Alterações de humor e comportamento: Mudanças repentinas no estado emocional, como depressão, ansiedade ou agitação, são comuns em pacientes com Alzheimer.
O futuro das pesquisas sobre Alzheimer
O avanço no entendimento dos primeiros sinais do Alzheimer é apenas o começo de um longo caminho. O Dr. Richard Oakley, diretor da Sociedade de Alzheimer, destaca a importância dessas investigações, pois muitos dos primeiros sintomas da doença podem passar despercebidos devido à sua sutileza.
As novas ferramentas tecnológicas, como os testes de navegação em realidade virtual e outros métodos de monitoramento cognitivo, poderão, no futuro, desempenhar um papel muito importante no diagnóstico precoce. Além disso, à medida que mais pesquisas forem realizadas, será possível desenvolver terapias mais eficazes, focadas não apenas no tratamento, mas também na prevenção da doença.