Uma nova articulação nacional de transportadores autônomos prevê uma paralisação a partir desta quinta-feira (04). A greve dos caminhoneiros, convocada por lideranças da categoria, busca pressionar por melhorias nas condições de trabalho e por mudanças estruturais no setor de transporte de cargas, tentando se desvincular de pautas político-partidárias que marcaram movimentos anteriores.
A convocação ganhou força nas redes sociais e em grupos do setor, com a promessa de um ato organizado e legalizado. Lideranças como Francisco Dalmora Burgardt, conhecido como “Chicão Caminhoneiro”, da União Brasileira dos Caminhoneiros, afirmam que o movimento tem como foco exclusivo as demandas trabalhistas que afetam diretamente o dia a dia dos profissionais das estradas.
As reivindicações centrais da categoria
Segundo os organizadores, a pauta da paralisação é estritamente técnica e visa resolver problemas crônicos da profissão. O objetivo é chamar a atenção do governo e da sociedade para a necessidade de regulamentações mais justas e eficazes. Entre os principais pontos apresentados, destacam-se:
- Estabilidade contratual: Garantias para os caminhoneiros autônomos.
- Marco Regulatório: Reestruturação completa do Marco Regulatório do Transporte de Cargas.
- Aposentadoria Especial: Direito à aposentadoria após 25 anos de contribuição comprovada.
- Piso Mínimo do Frete: Manutenção e fiscalização efetiva da tabela do frete.
- Subsídio ao Diesel: Medidas para controlar o custo do principal insumo da categoria.
- Pontos de Parada: Cumprimento da lei que exige pontos de parada e descanso adequados nas rodovias.
- Renovação de Frota: Isenção de IPI para autônomos na compra de novos veículos.
Daniel Souza, caminhoneiro e influenciador digital, resumiu o sentimento da categoria no Tiktok: “A realidade dos caminhoneiros está precária: baixa remuneração, leis impossíveis de cumprir por falta de estrutura e insegurança nas estradas. O respeito com a nossa classe acabou”.
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Organização, apoio e divergências
O movimento conta com o suporte jurídico do desembargador aposentado Sebastião Coelho, que se comprometeu a protocolar uma ação para garantir a legalidade da manifestação. Chicão Caminhoneiro reforçou que a presença de Coelho assegura “todo o suporte jurídico necessário para o ato e dentro da legalidade que a lei estabelece”.
Apesar da mobilização, a adesão não é unânime. Enquanto entidades como a Associação Catarinense dos Transportadores Rodoviários de Cargas (ACTRC) indicam um forte descontentamento que pode levar a uma grande adesão, outras lideranças mostram cautela.
Marcelo Paz, presidente da Cooperativa dos Caminhoneiros Autônomos do Porto de Santos (CCAPS), por exemplo, afirmou que não houve uma assembleia formal para deliberar sobre a paralisação, um passo que considera fundamental. “Para se ter uma movimentação dessas, precisa haver diálogo, assembleia e votação”, declarou.
Comparações com 2018 e o foco atual

Imagem: Thomaz Silva/Agência Brasil
A memória da grande paralisação de 2018, que durou 10 dias e causou desabastecimento em todo o país, ainda está presente. Naquela ocasião, a pauta principal era a alta no preço do diesel. O movimento atual, embora parta de uma base de insatisfação similar, tenta se diferenciar ao focar em uma gama mais ampla de reivindicações estruturais e trabalhistas.
Os organizadores têm se esforçado para afastar a imagem de um movimento com conotação política. A participação de figuras ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, como Sebastião Coelho, gerou questionamentos, mas as lideranças insistem que a luta é pela dignidade e sustentabilidade da profissão, independentemente de ideologias partidárias.
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Perguntas frequentes
1. A paralisação tem data para terminar?
Até o momento, os organizadores não definiram uma data para o fim da mobilização, que deve começar nesta quinta-feira (04).
2. Todos os caminhoneiros do Brasil vão aderir?
A adesão ainda é incerta. Embora haja apoio em diversas regiões, algumas lideranças importantes, como as da Baixada Santista, não confirmaram participação.
3. O governo já se manifestou sobre a paralisação?
Não houve, até a publicação deste artigo, uma manifestação oficial do governo federal sobre as reivindicações ou a paralisação anunciada.
4. Qual o principal objetivo do movimento?
O objetivo central é pressionar por melhores condições de trabalho, incluindo a reestruturação do marco regulatório do transporte, estabilidade contratual e aposentadoria especial.
5. Há risco de desabastecimento como em 2018?
O impacto da paralisação dependerá do nível de adesão. Por enquanto, não há indicações claras se o movimento terá a mesma magnitude da greve de 2018.












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