Você já parou para pensar o que realmente preocupa a população idosa no Brasil? Muitas pessoas acreditam que doenças graves, limitações físicas ou problemas de saúde seriam os principais receios ao envelhecer. No entanto, a solidão desponta como o fator mais temido pelos idosos, segundo uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia seccional- São Paulo (SBGG/SP), em parceria com a Bayer. A preocupação de ficar sozinho supera até mesmo aquelas relacionadas à saúde.
O estudo ouviu 2 mil homens e mulheres a partir dos 55 anos, revelando uma realidade que poucos imaginam: quase um terço das pessoas teme ser afastado do convívio familiar ou acabar em instituições de longa permanência, como asilos. Entenda!
Compreendendo os receios dos idosos no Brasil
De acordo com a pesquisa, 29% dos entrevistados citaram a solidão como sua maior apreensão, principalmente no contexto de afastamento familiar ou institucionalização. Em seguida, dificuldades como perda da mobilidade ou da visão afetaram 21% dos participantes, enquanto o desenvolvimento de doenças graves apareceu em terceiro lugar, citado por 18%. Esses números evidenciam que, antes de qualquer questão física, o sentimento de isolamento é predominante.
A redução das taxas de natalidade e mortalidade no país fez com que o perfil demográfico mudasse rapidamente. Em 2015, pessoas acima de 60 anos representavam cerca de 11,9% da população, com estimativas apontando uma elevação para 30,5% até 2050. O crescimento dessa faixa etária amplia a relevância de políticas e iniciativas que atendam às suas necessidades emocionais e sociais.

Imagem: Freepik
Por que a solidão atinge tanto a população idosa?
Para especialistas, existem quatro elementos que influenciam diretamente a qualidade de vida nessa fase: saúde, conhecimento, capital social e planejamento financeiro. O isolamento pode surgir da perda de entes queridos, de afastamento dos familiares por questões de rotina ou do medo de não ser mais útil ou incluído em círculos sociais. Dados do estudo demonstram que 63% dos entrevistados refletem sobre o processo de envelhecer, sendo que 14% se sentem assustados diante da possibilidade de solidão.
A importância dos vínculos familiares e sociais
Ter uma rede de apoio é fundamental. Ao serem questionados sobre expectativas para o futuro, muitos idosos manifestam o desejo de estar rodeados pela família e acompanhar o desenvolvimento dos netos. Apenas 54% afirmam não se sentirem velhos, apontando que a idade, em si, não é o principal fator limitante: o impacto emocional da separação ou perda de vínculos sociais pesa ainda mais.
Hábitos saudáveis e longevidade
Pouco mais de 68% dos participantes garantem manter alimentação equilibrada e 38% adotam rotina de exercícios físicos ao menos duas vezes por semana. O acesso frequente a atendimento médico mostrou ser uma estratégia comum: mais da metade dos entrevistados busca consultas ao longo do ano. Esses hábitos colaboram para uma vida mais longa e autônoma, condição fundamental para fortalecer redes de relacionamento e evitar a solidão.
Mudanças no olhar da sociedade
Ainda existe preconceito em relação à velhice, muitas vezes associado à fragilidade ou incapacidade. Especialistas defendem a valorização do envelhecimento ativo, com inclusão social, respeito e estímulo à independência. Todas essas práticas contribuem para diminuir o medo da solidão e criam um ambiente mais acolhedor para a pessoa idosa.
Como lidar com o medo do isolamento?
Reconhecer a solidão como desafio legítimo é o primeiro passo para traçar estratégias mais eficazes de apoio, tanto na família quanto em âmbito social e institucional. O incentivo ao diálogo sobre emoções, a importância de espaços de convivência e o fortalecimento das redes de apoio são caminhos apontados por gerontólogos e psiquiatras.
- Promover campanhas educativas sobre envelhecimento saudável
- Oferecer treinamentos para cuidadores familiares e profissionais
- Estimular políticas públicas de inclusão e acessibilidade para idosos
Dicas para manter o bem-estar emocional na terceira idade
- Manter contato regular com familiares e amigos: ligações, videochamadas e encontros, mesmo que esporádicos, ajudam a diminuir o sentimento de isolamento.
- Participar de atividades em grupo: matricular-se em cursos, praticar esportes leves ou ingressar em projetos sociais são alternativas que ampliam o círculo de convivência.
- Cultivar hobbies e interesses: aprender novas habilidades, ler, cuidar de jardins ou animais de estimação fortalecem o senso de propósito e bem-estar.
- Buscar apoio profissional se necessário: acompanhamento psicológico pode ser importante para enfrentar a solidão e possíveis sintomas de depressão.
- Planejar financeiramente: garantir uma estrutura básica de recursos permite usufruir dessa etapa com mais segurança e liberdade para interações sociais.
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Perguntas frequentes
- Por que a solidão é mais comum entre pessoas idosas?
A solidão tende a aumentar com o avançar da idade devido à perda de vínculos sociais, afastamento de familiares e mudanças no círculo de amizades. - Quais práticas podem reduzir o sentimento de isolamento?
Participar de atividades em grupo, manter contato com familiares e buscar apoio psicológico são atitudes eficazes. - A institucionalização agrava a solidão?
Sim, o medo de ir para um asilo está diretamente associado ao afastamento do convívio social e familiar. - Há relação entre solidão e saúde física?
A solidão pode afetar o bem-estar geral do idoso, aumentando riscos de doenças como depressão e agravando problemas de saúde. - É possível envelhecer de forma ativa e socialmente integrada?
Sim, a adoção de hábitos saudáveis, o planejamento financeiro e o fortalecimento dos vínculos sociais colaboram para uma melhor qualidade de vida na terceira idade.
















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