
A primavera é uma época aguardada por muitos ao redor do mundo. Com o fim do inverno, observa-se um aumento perceptível da disposição, leveza no humor e maior vontade de se socializar. Mas essa sensação é resultado da imaginação ou existe uma explicação científica para esse fenômeno? Descubra como aspectos biológicos e culturais influenciam o organismo humano durante esse período do ano.
Mudanças nos ritmos biológicos com a chegada da primavera
Com o prolongamento dos dias, a quantidade de luz solar aumenta. Este fator é determinante para o funcionamento do relógio biológico. O corpo humano regula o ciclo de sono e vigília por meio do chamado ritmo circadiano. A luz solar reduz a produção de melatonina, hormônio que causa sono, e estimula a liberação de serotonina, associada ao bem-estar.
Essa combinação tende a proporcionar mais disposição, melhor humor e redução da tristeza sazonal relacionada ao inverno. Diversas pesquisas mostram que, ao passar mais tempo sob a luz do sol, as pessoas relatam níveis mais elevados de alegria e menor incidência de sintomas depressivos.
“Febre da primavera”: estudos sobre energia e euforia nessa estação
Especialistas em saúde mental observaram que o aumento de energia na primavera vai além do mero entusiasmo cultural. O fenômeno conhecido como “febre da primavera” já foi descrito por psiquiatras ao redor do mundo. Esses pesquisadores identificaram um padrão em que o humor das pessoas melhora conforme os dias se tornam mais claros e longos.
É comum notar uma “explosão” de vitalidade, com desejo de retomar atividades ao ar livre, iniciar novos projetos ou se reunir com amigos. Esse efeito, de acordo com neurocientistas, está diretamente relacionado ao efeito da luz solar sobre neurotransmissores e hormônios do organismo.
Motivos culturais para celebrar o início da primavera
No Japão, o Shunbun no Hi marca o início oficial da primavera e é comemorado junto ao florescimento das cerejeiras. No México, crianças se fantasiam de flores e animais, enquanto em Chichén Itzá, turistas e locais contemplam o retorno da serpente solar durante o equinócio. As manifestações culturais, de formas diversas, reforçam o simbolismo de renascimento e renovação presente em várias sociedades.
Na Índia, o festival das cores, Holi, toma conta de ruas e pessoas, que se pintam e festejam a chegada de novas cores na natureza. Na Austrália, celebrações como a Floriade reúnem milhões de flores e visitantes em parques. Esse contexto social incentiva ainda mais nosso desejo de sair, conviver e sentir-se parte de algo maior a cada primavera.
Hormônios e neurotransmissores envolvidos na energia da primavera
A exposição à luz solar é o principal motor de mudanças químicas no corpo. A serotonina, muitas vezes chamada de “hormônio da felicidade”, tem sua síntese estimulada pela luz. Já a dopamina entra em cena como estimulante natural de motivação e prazer. A oxitocina, conhecida como “hormônio do amor”, é impulsionada pelo aumento da convivência social e da proximidade em ambientes descontraídos — características comuns deste período.
Além deles, o corpo produz menos cortisol (hormônio do estresse) e recebe mais vitamina D, essencial para o equilíbrio do sistema imunológico. Esses elementos juntos tornam o corpo mais disposto para interações sociais, atividades físicas e novas experiências.
Cuidados com a saúde mental e física
Apesar dos benefícios, é comum o aumento de alergias, ansiedade e até episódios de fadiga pela adaptação ao novo ciclo. Por isso, especialistas recomendam ajustar gradualmente a rotina, priorizando pequenas mudanças positivas: praticar exercícios físicos, aproveitar 30 minutos diários de sol e manter contato frequente com pessoas próximas. A organização de atividades prazerosas pode ser um grande estímulo para o cérebro durante esse período.
Dicas práticas para florescer no seu ritmo
- Priorize o contato com a natureza, mesmo que em pequenas caminhadas diárias
- Mantenha horários fixos de sono para garantir equilíbrio
- Inclua alimentos frescos e coloridos nas refeições
- Valorize momentos de lazer, reunindo amigos ou familiares
- Busque novidades: aprender algo novo nesta época pode estimular ainda mais o cérebro
Renovação interna: simbolismo e transformação
Além dos aspectos biológicos, a primavera representa um convite à renovação pessoal. O ciclo evidenciado pela natureza inspira a busca por novos projetos, a redefinição de prioridades e até pequenas “faxinas” internas que ajudam a organizar pensamentos e emoções. Muitos profissionais sugerem aproveitar esse período para estabelecer novos objetivos, abandonar hábitos que não fazem mais sentido e abrir espaço para experiências que tragam leveza e satisfação.
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Perguntas Frequentes
Por que sentimos mais sono no inverno e mais energia na primavera?
A produção de melatonina aumenta nas estações mais frias e escuras, levando à sensação de sonolência. Já na primavera, a maior presença de luz solar reduz essa produção, deixando o organismo mais ativo.
Quais hormônios estão relacionados ao aumento de disposição?
Os principais são a serotonina, dopamina, oxitocina e a vitamina D, estimulados pela exposição à luz ou sociabilidade típica da estação.
A primavera pode causar insônia?
Em algumas pessoas, o ajuste no ritmo circadiano pode modificar o padrão de sono temporariamente, mas tende a estabilizar após a adaptação.
A exposição diária ao sol é segura?
Sim. Especialistas recomendam de 15 a 30 minutos de exposição solar por dia, sempre evitando horários de pico para não prejudicar a pele.
Existe impacto da primavera nas alergias?
Sim, pois a polinização aumenta durante a estação, desencadeando sintomas em pessoas sensíveis.