
Durante anos, o omeprazol e outros medicamentos do grupo (inibidores da bomba de prótons- IBPs) foram amplamente utilizados para combater sintomas como azia e refluxo. Contudo, novas recomendações médicas tem levado os especialistas a repensarem a prescrição contínua, gerando dúvidas sobre o corte dessas receitas e as alternativas disponíveis.
Essa mudança de visão se baseia em um entendimento mais amplo sobre os riscos do uso prolongado do omeprazol. O receio principal é que a medicação tenha sido banalizada, sendo consumida por longos períodos sem a devida reavaliação médica.
Os riscos do uso contínuo do Omeprazol
O uso prolongado de inibidores da bomba de prótons, como omeprazol, pantoprazol e lansoprazol, tem sido associado a diversos riscos para a saúde, que se tornam mais evidentes com o tempo.
- Deficiência de nutrientes: Há uma redução na absorção de micronutrientes essenciais, como ferro, magnésio, cálcio e vitamina B12. Isso pode levar a quadros de anemia, fadiga, cãibras e até mesmo osteopenia (enfraquecimento dos ossos).
- Aumento de infecções: O remédio pode aumentar o risco de infecções intestinais, especialmente pela bactéria Clostridioides difficile, que causa diarreia intensa.
- Problemas renais e ósseos: Pesquisas observacionais sugerem uma relação do uso prolongado com quadros de doença renal crônica e um risco elevado de fraturas.
- Supercrescimento bacteriano: Há um potencial para estímulo ao supercrescimento bacteriano no intestino delgado.
Devido a esses riscos, a recomendação atual é que o medicamento seja utilizado pelo menor tempo possível, apenas quando for indispensável.
Quando o Omeprazol ainda é indicado
Apesar dos alertas, o uso do omeprazol e seus similares continua sendo recomendado em situações específicas e sob rigorosa orientação médica:
- Doenças graves: Tratamento de refluxo gastroesofágico grave e úlceras.
- Infecção bacteriana: Para a erradicação da bactéria Helicobacter pylori.
- Proteção específica: Para pacientes com esôfago de Barrett, esofagite eosinofílica ou para proteção comprovada contra os efeitos colaterais de certos anti-inflamatórios.
Nestes casos, o profissional de saúde deve discutir cuidadosamente o balanço entre os benefícios da medicação e os riscos associados ao uso contínuo.
Alternativas e dicas para aliviar sintomas
Para quadros leves, sintomas intermitentes ou quando não há lesão grave comprovada, existem alternativas consideradas mais seguras a longo prazo.
Opções de tratamento e troca
- Uso sob demanda: Em vez do uso diário contínuo, o medicamento é usado apenas quando o sintoma se manifesta.
- Bloqueadores H2: Podem ser usados bloqueadores como a famotidina.
- Acompanhamento médico: O médico pode sugerir uma redução gradual da dose ou a troca por medicamentos mais modernos que atuam de forma diferente (como os P-CABs).
Dicas para saúde gástrica sem medicação
Muitas vezes, a mudança de hábitos é tão eficaz quanto a medicação em casos menos graves:
- Dieta: Evite o consumo de ultraprocessados, bebidas alcoólicas, cigarro e chocolate. Prefira refeições leves.
- Comportamento: Evite deitar logo após as refeições e mastigue bem os alimentos.
- Postura: Eleve a cabeceira da cama para prevenir o refluxo noturno.
- Estilo de vida: Busque perder peso, se necessário, e adote uma alimentação rica em fibras, frutas e vegetais.
Conversando com o médico
É fundamental ter um diálogo aberto com o profissional de saúde. Ao ter a receita suspensa ou alterada, relate todos os seus sintomas, questione sobre alternativas e solicite exames para monitorar a saúde gástrica e possíveis deficiências de micronutrientes.
A recomendação em 2025 é clara: nunca inicie nem prolongue o uso do omeprazol por conta própria. Evitar a automedicação é ainda mais importante para idosos e pessoas com histórico de deficiência de nutrientes ou doenças renais.
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