Saúde

Metanol: Posso beber cerveja ou vinho?

Entenda os riscos reais do metanol em bebidas alcoólicas e saiba como se proteger.

A preocupação com o metanol está em alta no Brasil. Com mais de 43 casos de intoxicação já registrados, principalmente em São Paulo e Pernambuco, muita gente se pergunta: será que beber cerveja ou vinho é seguro Aqui, no Idosos Brasil, você vai encontrar aqui as respostas para suas dúvidas, entender como o metanol entra nas bebidas, quais são os sintomas de intoxicação e, o mais importante, receber dicas para proteger sua saúde!

O que é o metanol?

O metanol é um tipo de álcool industrial, incolor e altamente tóxico ao ser ingerido. Embora seja usado em processos industriais e laboratórios, não é destinado ao consumo humano. A ingestão de pequenas quantidades pode gerar sérias consequências para a saúde, incluindo lesões neurológicas graves e risco de morte, motivo pelo qual há limites para sua presença em bebidas.

Como ocorre a contaminação de bebidas?

A contaminação pode acontecer naturalmente durante a fermentação, já que pequenas quantidades de metanol são produzidas a partir da degradação de substâncias como pectina da casca de frutas e cereais. Em processos industriais controlados, essas concentrações permanecem baixas e seguras, segundo padrões regulatórios. O perigo real surge em bebidas adulteradas, nas quais volumes altos de metanol são acrescentados de forma ilícita ou onde falhas na destilação de destilados aumentam seu teor.

Principais sintomas da intoxicação por metanol

Os sintomas variam de leves a severos, surgindo geralmente entre 12 e 24 horas após o consumo. Os principais sinais de alerta incluem:

  • Dor de cabeça intensa e persistente
  • Náusea, vômito e desconforto abdominal
  • Confusão mental
  • Visão embaçada ou cegueira súbita
  • Sonolência e dificuldade para respirar em casos graves

Ao notar qualquer sintoma após consumir bebida alcoólica, a orientação é buscar atendimento médico imediato.

Metanol em bebidas: quais os riscos de vinho e cerveja?

Cerveja e vinho, por serem bebidas fermentadas, possuem naturalmente traços de metanol. No entanto, os riscos são mínimos ao consumir produtos de marcas conhecidas e regularmente fiscalizadas. De acordo com especialistas do Conselho Federal de Química, essas bebidas só oferecem riscos quando oriundas de processos clandestinos, mal fiscalizados ou adulteradas. O perigo é maior em destilados caseiros ou bebidas de procedência desconhecida, onde a concentração pode ser letal.

Casal fazendo um brinde com taças de vinho tinto em restaurante, celebrando o consumo seguro de bebidas fermentadas.
Aproveite seu vinho ou cerveja! Por serem fermentadas, essas bebidas contêm apenas traços inofensivos de metanol. Especialistas afirmam: o perigo real está apenas em produtos clandestinos e destilados de procedência duvidosa. Imagem: Freepik

Como identificar bebidas contaminadas?

Reconhecer uma bebida contaminada pode salvar vidas. Veja os principais sinais:

  • Ausência de rótulo, lacre ou selo fiscal
  • Preço muito abaixo do mercado
  • Embalagem danificada ou com sinais de violação
  • Líquido com odor estranho ou alteração de cor

Consumidores e comerciantes podem aprender mais sobre identificação de adulterações com os treinamentos promovidos por associações setoriais. Além disso, autoridades reforçam que apenas bebidas compradas em estabelecimentos confiáveis são seguras.

Tratamentos para intoxicação por metanol

O tratamento depende do estágio e da gravidade dos sintomas. Nos hospitais de referência, pode ser feito o uso de bicarbonato para correção de acidez, vitaminas como ácido fólico e também o etanol venoso, que compete com o metanol no organismo, retardando a formação dos metabólitos tóxicos. Em casos graves e confirmados, pode ser indicada a hemodiálise. O antídoto fomepizol é reconhecido mundialmente, mas ainda não está registrado no Brasil.

Casos recentes de contaminação por metanol no Brasil

O Brasil já acumula dezenas de casos por intoxicação por metanol. Até a tarde de quinta-feira (2), foram registradas 59 notificações de intoxicação, sendo 11 confirmados e uma morte. Autoridades investigam se o aumento dos episódios está relacionado a falhas em processos produtivos, ao uso deliberado do metanol para baratear custos ou à expansão do comércio ilegal. Esse cenário motivou ações do Ministério da Saúde, incluindo aquisição de antídotos e fiscalização intensificada.

E se surgir suspeita de contaminação?

Sentiu sintomas ou suspeita do produto? Leve a embalagem ao hospital, isso pode facilitar o diagnóstico e ajudar outros consumidores!

Embora o consumo de cerveja e vinho de marcas fiscalizadas seja considerado seguro, é fundamental manter a vigilância contra qualquer sinal de adulteração ou procedência duvidosa. Sua saúde vem em primeiro lugar. Mantenha-se informado e priorize o consumo responsável. Para mais conteúdos importantes sobre bem-estar e saúde em todas as idades, confira Idosos Brasil.

Perguntas frequentes

  • Vinho engarrafado em grandes redes pode conter metanol perigoso? Quando adquirido em redes de confiança e com fiscalização, o risco é mínimo, pois o processo industrial respeita normas rigorosas.
  • Cerveja artesanal apresenta mais perigo de contaminação? Desde que fabricada por empresas registradas, as cervejas artesanais seguem padrões de segurança. O perigo está em produção clandestina.
  • Posso identificar o metanol pelo cheiro ou sabor? Não. O metanol é inodoro e incolor. A identificação depende da análise laboratorial.
  • Crianças são mais sensíveis à intoxicação por metanol? Sim, em crianças as doses tóxicas são ainda menores e os desfechos podem ser mais graves.
  • Comprei uma bebida com preço muito baixo, o que fazer? Evite consumir, mesmo que pareça em bom estado. Notifique a vigilância sanitária da sua cidade.

Isabelli Ferreira

Graduanda em LETRAS Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Redatora do Grupo Sena Online

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