Demência: essa atividade simples pode reduzir risco de morte em 30% – Veja do que se trata
Estudo revela impacto positivo dos exercícios no tratamento de demência e redução de mortes.
A prática regular de atividades físicas tem sido amplamente reconhecida como um pilar fundamental para uma vida saudável. Agora, uma nova pesquisa traz à tona um benefício surpreendente para pessoas diagnosticadas com demência: a redução no risco de mortalidade. Este estudo, publicado no respeitado British Journal of Sports Medicine, revela que a manutenção ou início de uma rotina de exercícios após o diagnóstico de demência pode diminuir em aproximadamente 30% as chances de óbito. A seguir, entenda como a atividade física se tornou uma ferramenta fundamental no combate às consequências da demência e na melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
O estudo revolucionário
A pesquisa em questão utilizou dados do Banco de Dados do Serviço Nacional de Saúde da Coreia, analisando informações de mais de 60 mil indivíduos recém-diagnosticados com demência. Os participantes, com idade média de 74 anos, foram acompanhados por um período médio de quatro anos, durante o qual os pesquisadores avaliaram suas rotinas de exercícios e taxas de mortalidade.
Metodologia
Para garantir a precisão dos resultados, os cientistas adotaram uma metodologia que envolveu:
- Exames de saúde foram realizados dois anos antes e após o diagnóstico de demência
- A avaliação da atividade física foi feita por meio de questionários detalhados
- Os exercícios foram classificados em diferentes níveis de intensidade: intensa, moderada e leve
- A prática regular foi definida como exercícios intensos três vezes por semana ou moderados cinco vezes por semana
Resultados surpreendentes
Os achados do estudo foram notáveis:
- 78% dos participantes eram não praticantes de exercícios regulares
- 10% abandonaram a prática após o diagnóstico
- 8% iniciaram uma rotina de exercícios após serem diagnosticados
- 3,5% mantiveram-se ativos antes e depois do diagnóstico
O dado mais impactante foi que, entre aqueles que mantiveram ou iniciaram uma rotina de exercícios após o diagnóstico, houve uma redução de aproximadamente 30% no risco de morte, independentemente do tipo de demência apresentado.
Tipos de exercícios e seus benefícios
O estudo não apenas comprovou a eficácia dos exercícios físicos na redução da mortalidade, mas também forneceu percepções sobre os tipos de atividades mais benéficas para pessoas com demência.
Exercícios de alta intensidade
Atividades como corrida e natação foram classificadas como exercícios de alta intensidade. Embora desafiadoras, essas práticas demonstraram benefícios como:
- Melhora na circulação sanguínea cerebral
- Aumento da produção de neurotransmissores
- Estímulo à neuroplasticidade
Exercícios moderados
Caminhadas rápidas e ciclismo regular enquadram-se na categoria de intensidade moderada. Estas atividades oferecem vantagens importantes:
- Facilidade de adaptação para diferentes níveis de condicionamento físico
- Baixo impacto nas articulações
- Promoção do equilíbrio e coordenação
Atividades leves
Caminhadas mais longas e em ritmo tranquilo foram consideradas atividades leves. Surpreendentemente, mesmo estas práticas menos intensas demonstraram benefícios que incluem:
- Redução do estresse e ansiedade
- Melhora no humor e bem-estar geral
- Estímulo à socialização, especialmente quando realizadas em grupo
A importância da continuidade
Um dos aspectos mais relevantes destacados pela pesquisa foi a importância da continuidade na prática de exercícios. Os participantes que mantiveram uma rotina de atividades físicas antes e após o diagnóstico apresentaram os melhores resultados em termos de redução do risco de mortalidade.
Superando barreiras
Manter uma rotina de exercícios após um diagnóstico de demência pode ser desafiador. Algumas estratégias para superar obstáculos incluem:
- Adaptar as atividades conforme a progressão da doença
- Envolver familiares e cuidadores na prática de exercícios
- Buscar orientação profissional para criar um programa personalizado
- Estabelecer metas realistas e celebrar pequenas conquistas
Benefícios além da longevidade
Além da redução no risco de mortalidade, a prática contínua de exercícios oferece outros benefícios para pessoas com demência:
- Melhora na qualidade do sono
- Aumento da autonomia nas atividades diárias
- Redução de sintomas depressivos
- Fortalecimento do sistema imunológico
Implementando uma rotina de exercícios
Para aqueles que desejam iniciar ou manter uma rotina de exercícios após um diagnóstico de demência, é fundamental adotar uma abordagem gradual e personalizada.
Avaliação médica
Antes de iniciar qualquer programa de exercícios, é fundamental realizar uma avaliação médica completa. Isso ajudará a identificar:
- Limitações físicas específicas
- Possíveis interações com medicamentos
- Níveis seguros de intensidade para cada indivíduo
Incorporando exercícios no dia a dia
Para aumentar os benefícios e garantir a adesão ao programa, é importante integrar os exercícios à rotina diária:
- Transformar tarefas domésticas em oportunidades de movimento
- Utilizar momentos de lazer para atividades físicas leves
- Criar rituais diários que incluam caminhadas ou alongamentos
Exercícios para estimulação cognitiva
Além dos benefícios físicos, certos tipos de exercícios podem oferecer estimulação cognitiva adicional, essencial para pessoas com demência.
Atividades de dupla tarefa
Exercícios que combinam movimentos físicos com tarefas mentais podem ser particularmente benéficos:
- Dançar seguindo coreografias simples
- Jogos que envolvam movimentação e raciocínio
- Circuitos de exercícios com sequências para memorizar
Exercícios de coordenação
Atividades que desafiam a coordenação motora podem ajudar a manter conexões neurais importantes:
- Tai Chi ou Yoga adaptados
- Exercícios de equilíbrio com supervisão
- Atividades manuais como jardinagem ou artesanato leve
A perspectiva dos especialistas
Profissionais da área de saúde e pesquisadores têm se manifestado sobre a importância dos achados deste estudo.
Opinião de neurologistas
Especialistas em neurologia enfatizam:
- A necessidade de incorporar a prescrição de exercícios no tratamento padrão da demência
- A importância de uma abordagem multidisciplinar que inclua educação física e fisioterapia
Visão de geriatras
Médicos especializados em cuidados geriátricos destacam:
- O potencial dos exercícios em retardar o declínio funcional
- A necessidade de programas de exercícios adaptados para idosos com demência em instituições de longa permanência