Aposentadoria

Conheça as regras de transição para pedir aposentadoria

Além de compreender as regras de transição, é essencial planejar-se adequadamente para a aposentadoria.

A Previdência Social brasileira passou por mudanças significativas nos últimos anos, afetando diretamente as condições para solicitar a aposentadoria. Com a implementação da Emenda Constitucional 103 em novembro de 2019, novas regras foram estabelecidas, visando adequar o sistema previdenciário às demandas atuais da sociedade e da economia.

Para facilitar a adaptação dos trabalhadores já ativos no mercado, o governo instituiu regras de transição que suavizam a passagem entre os antigos e os novos requisitos.

As novas regras gerais de aposentadoria

Com a reforma da Previdência, as condições básicas para se aposentar foram alteradas. Atualmente, as mulheres podem requerer o benefício aos 62 anos de idade, desde que tenham contribuído por, no mínimo, 15 anos. Já para os homens, a idade mínima é de 65 anos, com a exigência de 20 anos de contribuição.

Essas mudanças visam equilibrar o sistema previdenciário, considerando o aumento da expectativa de vida da população brasileira e as transformações no mercado de trabalho. No entanto, para aqueles que já estavam no mercado de trabalho antes da reforma, foram criadas regras de transição para amenizar o impacto das novas exigências.

As cinco regras de transição

O governo implementou cinco diferentes regras de transição, cada uma com suas particularidades, para atender a diversos perfis de trabalhadores. Essas regras serão ajustadas gradualmente até 2031, permitindo uma adaptação mais suave às novas condições. Vamos examinar cada uma delas:

1. Regra de pontos

Esta regra combina a idade do trabalhador com o tempo de contribuição. A soma desses dois fatores deve atingir uma pontuação específica, que aumenta anualmente. Para as mulheres, a pontuação inicial é de 86 pontos, chegando a 100 pontos em 2031. Para os homens, começa em 96 pontos e alcança 105 pontos no mesmo período.

2. Regra da idade mínima progressiva

Essa modalidade combina idade mínima com tempo de contribuição. A idade mínima aumenta seis meses a cada ano, até atingir 62 anos para mulheres e 65 para homens em 2031.

Na idade mínima progressiva, o tempo de contribuição mínimo é de 30 anos para mulheres e 35 para homens. Imagem: Agência Brasil.
Na idade mínima progressiva, o tempo de contribuição mínimo é de 30 anos para mulheres e 35 para homens. Imagem: Agência Brasil.

3. Regra do pedágio de 50%

Esta regra não exige idade mínima, mas requer um tempo adicional de contribuição. O trabalhador precisa cumprir um “pedágio” correspondente a 50% do tempo que restava para alcançar o mínimo exigido na data da reforma.

4. Regra do pedágio de 100%

Semelhante à anterior, mas com um pedágio maior. É necessário ter idade mínima de 57 anos para mulheres e 60 anos para homens, além de um tempo extra de contribuição equivalente ao período restante para alcançar o mínimo exigido na data da reforma.

5. Aposentadoria por idade

Esta regra mantém o tempo mínimo de contribuição de 15 anos para ambos os sexos, mas estabelece um aumento progressivo da idade mínima para as mulheres, partindo de 60 anos e chegando a 62 anos.

Como escolher a melhor regra de transição

A escolha da regra de transição mais vantajosa depende de diversos fatores individuais, como idade atual, tempo de contribuição e expectativa de permanência no mercado de trabalho. É fundamental analisar cuidadosamente cada opção e, se possível, buscar orientação especializada para tomar a melhor decisão.

O papel do aplicativo Meu INSS

Para auxiliar os trabalhadores nesse processo, o INSS disponibiliza o aplicativo Meu INSS. Imagem: Portal Gov.br.
Para auxiliar os trabalhadores nesse processo, o INSS disponibiliza o aplicativo Meu INSS. Imagem: Portal Gov.br.

Esta ferramenta permite realizar simulações do tempo necessário para a aposentadoria, considerando as diferentes regras de transição. Embora seja uma excelente fonte de informações, é importante lembrar que a simulação não garante o benefício, pois podem faltar dados ou haver inconsistências no cadastro.

Como utilizar o simulador

Para acessar o simulador, é necessário ter um cadastro no portal gov.br. O aplicativo está disponível para smartphones Android e iOS, e também pode ser acessado via navegador no site meu.inss.gov.br. Ao utilizar o simulador, tenha em mãos informações precisas sobre seu histórico de contribuições.

A importância do CNIS

O Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) é um documento essencial para o processo de aposentadoria. Ele contém o registro detalhado de todas as contribuições e períodos de trabalho ao longo da carreira do segurado. É essencial verificar regularmente as informações do CNIS para garantir que estejam corretas e atualizadas.

Como verificar e corrigir o CNIS

Acesse o CNIS pelo aplicativo Meu INSS ou pelo site oficial do INSS. Verifique cuidadosamente todas as entradas e, caso encontre inconsistências, reúna documentos comprobatórios e solicite a correção junto ao INSS.

As regras de transição para aposentadoria no Brasil oferecem diferentes caminhos para os trabalhadores que já estavam no mercado antes da reforma da Previdência. Compreender essas opções e escolher a mais adequada ao seu perfil é fundamental para garantir uma aposentadoria tranquila e financeiramente estável.

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Giovanna Costa

Graduanda em Letras pela UNEB. Redatora grupo Sena Online

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