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Aumento no BPC gera conflito entre Ministérios: Saiba o que está acontecendo!

Ministérios se enfrentam por reajuste no Benefício de Prestação Continuada, leia mais...

O aumento expressivo no número de beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) nos primeiros meses de 2023 desencadeou um impasse entre os principais ministérios do governo federal. Enquanto o Ministério do Planejamento e a Previdência Social pressionam por uma revisão abrangente do cadastro de beneficiários, o Ministério do Desenvolvimento Social afirma que essa não é sua atribuição. Esta disputa coloca em evidência as divergências sobre como lidar com o crescimento rápido dos gastos com o BPC, um benefício importante para pessoas com deficiência e idosos de baixa renda.

Aumento Expressivo no Número de Beneficiários do BPC

Os números revelados pelas estatísticas da Previdência Social são alarmantes. Entre janeiro e maio deste ano, 351,8 mil novas pessoas passaram a receber o BPC, um valor 2,4 vezes superior à média do mesmo período entre 2014 e 2022. Este aumento representou um gasto extra de R$ 577 milhões apenas em 2024.

O salto mais acentuado ocorreu no número de beneficiários com deficiência, que mais do que triplicou em relação à média dos últimos nove anos. Neste ano, 221,1 mil pessoas com deficiência passaram a receber o auxílio.

Impacto Orçamentário do BPC

Com um orçamento cada vez mais apertado, as despesas do governo federal com o BPC atingiram R$ 43.273 bilhões até maio, um aumento expressivo em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o gasto foi de R$ 35.683 bilhões, corrigidos pela inflação. Essa alta também está relacionada ao reajuste do salário mínimo, ao qual o BPC está vinculado.

Diante desse cenário, o governo prevê permitir entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões em 2025 com uma ampla revisão dos benefícios sociais, incluindo o BPC. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, levantou suspeitas de fraude, questionando se algumas pessoas estariam se autodeclarando pessoas com deficiência para receber o benefício indevidamente.

Divisão de Responsabilidades sobre o BPC

O embróglio envolve uma divisão de responsabilidades entre os ministérios. Enquanto o Desenvolvimento Social é responsável pela política pública e administra o Cadastro Único (CadÚnico), a Previdência Social realiza os exames médicos para verificar a condição de deficiência dos beneficiários.

Cabe ao Ministério do Desenvolvimento Social validar a base de dados do CadÚnico, principalmente o critério de renda domiciliar de até um quarto do salário mínimo por pessoa. Essa etapa é fundamental para determinar se o beneficiário mantém o direito de receber o BPC, caso um membro da família consiga um emprego e aumente a renda familiar.

Por outro lado, a realização das perícias médicas é de responsabilidade da Previdência Social. Técnicos da pasta informaram que estão preparando a realização de perícias do BPC ainda este ano, mas aguardam que o Desenvolvimento Social faça sua parte na validação do cadastro.

Cerca de dois milhões de pessoas que recebem o BPC há mais de dois anos deverão ser convocadas para essas perícias, com o objetivo de verificar se a condição de deficiência permanece.

Revisão do BPC

Apesar da exigência legal prevista na Lei Orgânica de Assistência Social (Loas) de 1993, regulamentada em 2007, a revisão do BPC só foi realizada no segundo mandato do governo Lula, entre 2008 e 2009. Desde então, não houve uma revisão abrangente do benefício.

Diante da pressão por um ajuste nas contas públicas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem aprovado o discurso de revisão de benefícios a quem “recebe sem ter o direito”. No entanto, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, afirmou que não existe uma operação “pente-fino” em andamento e que a pasta está seguindo a rotina normal.

Esta declaração contradiz as afirmações do próprio presidente e evidencia a falta de alinhamento entre os ministérios sobre como lidar com o aumento dos gastos com o BPC.

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Perspectivas Futuras do BPC

O conflito entre os ministérios sobre a revisão do BPC coloca em evidência os desafios enfrentados pelo governo na gestão dos benefícios sociais. É necessário encontrar um equilíbrio entre a garantia de acesso aos programas para a população vulnerável e o controle dos gastos públicos.

Uma revisão criteriosa e transparente do cadastro de beneficiários, com a colaboração entre as pastas envolvidas, pode ser a chave para identificar irregularidades e garantir que os recursos sejam aqueles que realmente necessitam do auxílio.

Além disso, é fundamental fortalecer as políticas de inclusão social e geração de emprego, visando a redução da dependência dos benefícios a longo prazo e a promoção da autonomia financeira das famílias.

O debate sobre o BPC e sua revisão representa um desafio complexo que exige diálogo, planejamento estratégico e uma abordagem equilibrada, considerando tanto os aspectos orçamentários quanto a proteção social dos cidadãos mais vulneráveis.

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Karolayne Santos

Graduada em Pedagogia - Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Especialista em Alfabetização e Letramento - Faculdade Metropolitana

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