De acordo com um recente estudo publicado no Canadian Medical Association Journal, implementar programas de vacinação contra o vírus sincicial respiratório (VSR) para idosos com 70 anos ou mais e portadores de comorbidades é uma estratégia vantajosa tanto do ponto de vista econômico quanto da saúde pública.
O VSR é um patógeno que pode causar quadros respiratórios graves, especialmente em populações de maior risco, como idosos e crianças. Por exemplo, a bronquiolite, uma infecção nos bronquíolos que liberam ar para os pulmões, é causada pelo vírus nos pequenos.
Análise de custo-benefício
O objetivo do estudo era analisar a relação custo-benefício da vacinação contra o VSR em indivíduos no Canadá com mais de 50 anos. As estimativas foram realizadas com base em dados de cem mil pessoas, acompanhadas durante um período de três anos.
Foram considerados fatores como idade, comorbidades prévias e riscos de desenvolvimento de casos graves, bem como a proteção conferida pelas vacinas analisadas. Essas características foram comparadas aos custos associados aos programas de vacinação.
Resultados promissores
A pesquisa descobriu que imunizar pessoas com mais de 70 anos e doenças crônicas prévias é a melhor opção do ponto de vista do custo-benefício.
No entanto, em determinadas circunstâncias, a vacinação de outras faixas etárias também pode ser vantajosa, como:
- Se o custo da dose da vacina for mais acessível
- Se os custos relacionados ao tratamento de pacientes com VSR forem mais elevados do que a média, como em comunidades remotas do norte do Canadá
Considerações adicionais
Tuite ressalta que, embora os aspectos econômicos sejam importantes, eles não são os únicos fatores a serem considerados para programas de vacinação. Outros aspectos, como viabilidade e simplicidade de implementação do programa, também precisam ser levados em conta.
Situação no Brasil
No Brasil, duas vacinas já foram aprovadas para prevenção de casos de VSR:
- Arexvy: Recomendada para pessoas com mais de 60 anos.
- Abrysvo: Para pessoas com mais de 18 anos, incluindo gestantes e crianças com menos de 18 anos.
No Brasil, além das vacinas, foram aprovados dois anticorpos monoclonais para combater a infecção:
- Synagis (palivizumabe): Disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para bebês com maior risco de formas graves da infecção.
- Beyforus (nirsevimabe): Também indicado para crianças, mas não está acessível de forma gratuita.
No entanto, como o artigo recém-divulgado não utilizou dados do Brasil, não é possível comentar sobre a realidade brasileira em relação a uma possível incorporação de formas de prevenção do VSR para pessoas mais velhas.
Perspectivas futuras
Embora o foco do estudo tenha sido o Canadá, é esperado que programas de vacinação contra o VSR voltados para adultos com maior risco de doença grave, devido à idade avançada e/ou à presença de condições médicas subjacentes, forneçam um bom retorno financeiro em outras regiões do mundo.
À medida que mais dados e pesquisas se tornem disponíveis, é provável que haja um aumento na compreensão dos benefícios e desafios associados à implementação de tais programas em diferentes contextos.
Importância da prevenção
A prevenção de doenças respiratórias graves, como as causadas pelo VSR, é fundamental para proteger a saúde e o bem-estar das populações vulneráveis, como idosos e indivíduos com condições crônicas. Além dos benefícios diretos para a saúde individual, a redução da carga de doenças também pode aliviar a pressão sobre os sistemas de saúde e reduzir os custos associados ao tratamento.
Impacto econômico e social
Os programas de vacinação eficazes não apenas melhoram a qualidade de vida dos indivíduos, mas também podem gerar impactos econômicos e sociais positivos. Ao prevenir doenças graves, esses programas podem reduzir os custos de hospitalização e tratamento, diminuir o absenteísmo no trabalho e melhorar a produtividade geral da sociedade.
Investimento contínuo em pesquisa e desenvolvimento
Um investimento contínuo em pesquisa e desenvolvimento é essencial pois, isso permitirá o aprimoramento das vacinas existentes, bem como o desenvolvimento de novas soluções mais eficazes, seguras e acessíveis para prevenir e combater doenças respiratórias graves.