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TDAH em idosos: Sinais e sintomas que você precisa conhecer

Confira como é feita a Avaliação e diagnóstico do TDAH em idosos

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Dificuldade em manter o foco, esquecimentos frequentes e uma tendência a procrastinar – esses são alguns dos sintomas que podem indicar a presença do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) em idosos. Embora mais comumente diagnosticado durante a infância, o TDAH também pode se manifestar na terceira idade, muitas vezes sendo confundido com outras condições, como a demência.

O que é o TDAH e como ele se apresenta na terceira idade

O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento que ocorre durante a maturação do sistema nervoso, desde o primeiro trimestre de gestação até cerca dos 25 anos, quando o córtex pré-frontal, responsável pelas funções executivas mais complexas, atinge sua maturação completa. Nessa fase da vida, os sintomas do TDAH podem ser facilmente confundidos com outras doenças, como o Alzheimer ou outras formas de demência.

Sintomas comuns do TDAH na terceira idade

Segundo Lavínia Teixeira Machado, docente do Departamento de Educação em Saúde e dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Saúde e Psicologia da Universidade Federal de Sergipe. (UFS), os principais sintomas do TDAH na terceira idade incluem:

  • Disfunção executiva (distração): Dificuldade em manter o foco e a concentração em tarefas por longos períodos.
  • Problemas de memória: Esquecimentos frequentes e dificuldade em aprender coisas novas.
  • Prejuízos motores: Lentidão, tremores e rigidez muscular.
  • Surgimento de outras condições psiquiátricas: Como transtornos de humor, ansiedade e depressão.

Mário Rodrigues Louzã, coordenador do Programa de Déficit de Atenção e Hiperatividade do Adulto do Instituto de Psiquiatria da USP, acrescenta que adultos com TDAH tendem a ser procrastinadores, deixando tudo para a última hora. Eles também enfrentam dificuldades em organizar suas finanças, vida pessoal e têm problemas em estimar o tempo necessário para realizar tarefas cotidianas.

Diferenciando o TDAH da demência

Uma das principais razões pelas quais o TDAH é frequentemente confundido com a demência na terceira idade é que ambas as condições compartilham sintomas semelhantes, como problemas de memória, desatenção e dificuldade em realizar tarefas diárias. Contudo, há algumas disparidades fundamentais que podem auxiliar na identificação das duas condições.

             Avaliação e diagnóstico do TDAH em idosos. Imagem: Freepik

Avaliação e diagnóstico do TDAH em idosos

Para um diagnóstico preciso do TDAH na terceira idade, os médicos devem realizar três avaliações principais:

  1. Documentar a cronicidade dos sintomas: Seja por autorrelato ou relato de um familiar ou cônjuge, é necessário determinar se os sintomas começaram na infância ou adolescência, pois o TDAH é um transtorno de desenvolvimento.
  2. Identificar a origem familiar do TDAH: Caso um familiar próximo tenha sido diagnosticado com TDAH, isso pode oferecer insights importantes sobre a possibilidade de um idoso desenvolver o transtorno.
  3. Utilizar escalas de avaliação do funcionamento cognitivo: Essas escalas capturam dificuldades cotidianas associadas à desatenção e impulsividade, auxiliando no diagnóstico.

Diferenças-chave entre TDAH e demência

Embora ambos possam apresentar sintomas semelhantes, existem algumas diferenças fundamentais entre o TDAH e a demência:

  • Início dos sintomas: Enquanto o TDAH geralmente se manifesta na infância ou adolescência, os sintomas da demência tendem a aparecer mais tarde na vida.
  • Progressão dos sintomas: Os sintomas do TDAH tendem a ser crônicos e estáveis, enquanto os sintomas da demência geralmente pioram ao longo do tempo.
  • Funções cognitivas: O TDAH afeta principalmente a atenção, concentração e impulsividade, enquanto a demência pode afetar uma gama mais ampla de funções cognitivas, como memória, linguagem e capacidade de resolução de problemas.

É importante ressaltar que, embora distintos, o TDAH e a demência podem coexistir em alguns casos, tornando o diagnóstico mais desafiador.

Tratamento e manejo do TDAH na terceira idade

Apesar de não haver cura para o TDAH, existem várias intervenções que podem ajudar a gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos idosos diagnosticados com o transtorno.

Opções de tratamento do TDAH na terceira idade

O tratamento para o TDAH na terceira idade pode incluir:

  • Medicamentos estimulantes e não estimulantes: Esses medicamentos podem ajudar a melhorar a concentração e reduzir a impulsividade.
  • Terapias comportamentais: Abordagens como o treinamento comportamental podem ser eficazes no manejo das características que causam prejuízo funcional.
  • Abordagem integrada: Uma combinação de medicamentos, terapias comportamentais e estratégias de gerenciamento de estilo de vida pode ser a abordagem mais eficaz.

É crucial tratar o TDAH adequadamente, pois a falta de tratamento pode exacerbar outros transtornos mentais, como ansiedade, depressão e transtorno bipolar, que são comuns em idosos com TDAH. Além disso, o TDAH não tratado pode aumentar o risco de desenvolvimento de condições neurodegenerativas, como a demência.

Convivendo com um idoso com TDAH

Jairo Werner, médico psiquiatra e professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF), orienta que, diante de um diagnóstico de TDAH na terceira idade, é importante evitar rotular ou desqualificar o comportamento do idoso como decorrente de uma “doença”.

Em vez disso, a família deve incentivar o idoso a aprender coisas novas e buscar novas formas de comportamento e superação, ampliando a consciência de si mesmo. Essa abordagem positiva e encorajadora pode ajudar o idoso a lidar melhor com os desafios do TDAH e manter uma boa qualidade de vida.

Compreensão e apoio são fundamentais

O TDAH na terceira idade é uma condição complexa que pode ser facilmente confundida com outras doenças, como a demência. No entanto, é crucial reconhecer as diferenças entre esses transtornos e buscar um diagnóstico preciso, pois o tratamento adequado pode melhorar significativamente a qualidade de vida dos idosos afetados.

Além disso, é essencial que familiares e cuidadores compreendam o TDAH e ofereçam apoio e encorajamento aos idosos diagnosticados. Com a abordagem certa, envolvendo medicamentos, terapias e estratégias de gerenciamento de estilo de vida, é possível ajudar os idosos com TDAH a superar os desafios e desfrutar de uma vida plena e satisfatória.

Elis Ferreira

Graduada em Pedagogia e especialista de conteúdos relacionados a empregos , concursos e benefícios sociais.

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