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Sonha em estudar? Senado aprovou incentivo para que idosos entrem na faculdade

O projeto não apenas incentiva o ingresso nas universidades, mas também a permanência nelas.

O anseio pelo conhecimento não tem limite de idade. Em 17 de dezembro de 2024, o Senado Federal avançou significativamente para tornar o sonho da educação superior mais acessível aos idosos brasileiros. A aprovação desse projeto de lei incentiva o ingresso e a permanência de pessoas com mais de 60 anos em cursos de graduação.

Esta iniciativa não apenas abre portas para aqueles que, por diversas razões, não puderam realizar o sonho de obter um diploma universitário mais cedo, mas também reconhece o valor da experiência e da sabedoria que os idosos podem trazer para o ambiente acadêmico. Além disso, o projeto destaca a importância da educação como ferramenta de inclusão social e de manutenção da saúde cognitiva na terceira idade.

O projeto de lei e seus objetivos

O projeto de lei aprovado pela Comissão de Educação do Senado tem como principal objetivo criar mecanismos que facilitem e incentivem o ingresso e a permanência de pessoas idosas em cursos de graduação. Esta iniciativa surge como resposta à crescente demanda por oportunidades educacionais para a população com mais de 60 anos, reconhecendo que a educação é um direito fundamental em qualquer fase da vida.

Entre os principais pontos do projeto, destacam-se:

  • A criação de programas específicos de acolhimento e orientação para estudantes idosos nas instituições de ensino superior.
  • O desenvolvimento de metodologias de ensino adaptadas às necessidades e experiências dos alunos mais velhos.
  • A promoção de ações que combatam o preconceito etário no ambiente universitário.
  • O incentivo à participação dos idosos em projetos de pesquisa e extensão.

Essas medidas visam não apenas facilitar o acesso dos idosos ao ensino superior, mas também garantir que eles tenham condições de permanecer e concluir seus cursos com sucesso. O projeto reconhece que os desafios enfrentados por estudantes mais velhos podem ser diferentes daqueles vivenciados pelos jovens, e busca criar um ambiente mais inclusivo e acolhedor para todos.

Benefícios da educação na terceira idade

A decisão de voltar a estudar na terceira idade traz consigo uma série de benefícios que vão muito além da obtenção de um diploma. Pesquisas na área de gerontologia têm demonstrado que a continuidade dos estudos em idades mais avançadas está associada a diversos aspectos positivos para a saúde física e mental dos idosos.

Estímulo cognitivo

O engajamento em atividades educacionais ajuda a manter o cérebro ativo, estimulando a formação de novas conexões neuronais. Isso pode contribuir para a prevenção ou retardo de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.

Imagem de Idosos voltando a estudar
Voltar a estudar na terceira idade pode ajudar a combater doenças como o Alzheimer. Imagem: Freepik.

Ampliação do círculo social

O ambiente universitário proporciona oportunidades de interação social, combatendo o isolamento que muitas vezes acompanha o envelhecimento. A convivência com pessoas de diferentes idades e backgrounds enriquece as experiências de vida e promove a troca de conhecimentos intergeracionais.

Aumento da autoestima

Conquistar novos conhecimentos e habilidades pode elevar significativamente a autoestima e a sensação de realização pessoal dos idosos. Isso se reflete positivamente em sua qualidade de vida e bem-estar geral.

Atualização profissional

Para aqueles que desejam se manter ativos no mercado de trabalho ou iniciar uma nova carreira, a educação superior oferece a oportunidade de atualização e aquisição de novas competências valorizadas pelos empregadores.

Desafios e adaptações necessárias

Apesar dos inúmeros benefícios, o ingresso de idosos no ensino superior também apresenta desafios que precisam ser considerados e abordados pelas instituições de ensino. Algumas das principais questões incluem:

Acessibilidade física: Muitos campi universitários podem não estar totalmente adaptados para receber alunos com mobilidade reduzida.

Imagem de um idoso com mobilidade reduzida e uma senhora indo buscar algo para ele
É necessário investir em infraestrutura que garanta o acesso fácil e seguro a todas as instalações. Imagem: Freepik.

Metodologias de ensino: As estratégias pedagógicas tradicionais podem não ser as mais adequadas para alunos idosos. É importante desenvolver métodos que valorizem a experiência de vida desses estudantes e se adaptem aos seus ritmos de aprendizagem.

Inclusão digital: Com a crescente digitalização do ensino, é fundamental oferecer suporte para que os alunos idosos possam se familiarizar com as tecnologias educacionais utilizadas nos cursos.

Combate ao preconceito: Infelizmente, o etarismo ainda é uma realidade em muitos ambientes acadêmicos. É necessário promover ações de conscientização e criar políticas que garantam um tratamento igualitário e respeitoso a todos os estudantes, independentemente da idade.

 

Giovanna Costa

Graduanda em Letras pela UNEB. Redatora grupo Sena Online

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