O processo para obter a primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no Brasil está passando por uma transformação, prometendo uma redução de custos superior a 70% a partir das novas regras que entrarão em pleno vigor em 2026 e outras que já estão. Uma série de mudanças na legislação, validadas por decisões judiciais recentes, simplifica o processo e torna o documento mais acessível para milhões de brasileiros. A iniciativa, parte do programa CNH do Brasil, visa desburocratizar e baratear a formação de novos condutores.
A base para essa mudança está na Resolução 1.020/2025 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e na Medida Provisória nº 1327/2025. Essas normas alteram pontos fundamentais do processo de habilitação. O novo modelo já está em funcionamento em 16 estados e em fase de adaptação nos demais.
As novas regras para a habilitação: O que mudou?
A principal alteração que impacta o bolso do futuro motorista é a redução na carga horária das aulas práticas de direção. Anteriormente, eram exigidas 20 horas-aula, que representavam a maior parte do custo total.
Com a nova regulamentação, a exigência cai para apenas 2 horas de aulas práticas. Essa mudança, por si só, já representa uma economia.
Outras modificações importantes incluem:
- Curso teórico gratuito: As 45 horas-aula de legislação, que antes tinham um custo médio de R$ 322, passam a ser oferecidas gratuitamente e de forma online através da plataforma CNH do Brasil, do Ministério dos Transportes.
- Fim da obrigatoriedade de autoescola presencial: O novo modelo permite que o aprendizado seja feito com instrutores autônomos credenciados, oferecendo mais flexibilidade e opções aos candidatos.
- Uso de veículo próprio no exame: Elimina-se o custo com o aluguel do veículo para o exame prático, que girava em torno de R$ 226. O candidato poderá utilizar seu próprio carro, desde que atenda às exigências legais.
- Teto para exames médicos: Os exames médico e psicológico, que somavam cerca de R$ 439, agora têm um teto máximo de R$ 180.

Imagem: Marcio Ferreira/MT
A redução de custos: Uma comparação direta
Para ilustrar a economia, a CNN Brasil trouxe os valores médios praticados em Minas Gerais antes da mudança. O custo total para obter a habilitação era de aproximadamente R$ 2.255,99. Com as novas regras, a estimativa é que esse valor caia para cerca de R$ 660. A queda de mais de 70% é resultado da soma das economias em várias etapas do processo.
A conta final, no entanto, inclui um novo custo: o exame toxicológico, que se tornou obrigatório também para as categorias A e B, com um valor médio de R$ 120. Mesmo com essa adição, a redução total permanece expressiva. As taxas para as provas teórica e prática do Detran, que variam por estado, continuam existindo, mas a nova resolução garante uma repetição gratuita para cada exame em caso de reprovação.
Validade jurídica e implementação nacional
A legalidade do novo processo foi confirmada por uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que suspendeu uma ordem judicial local que impedia a aplicação da norma. O desembargador João Batista Moreira, relator do caso, considerou que interromper a resolução comprometeria a uniformidade do Sistema Nacional de Trânsito e prejudicaria uma política pública de grande alcance social.
A decisão do TRF-1 reforçou que a iniciativa do Governo Federal busca não apenas reduzir custos, mas também padronizar o acesso à habilitação em todo o país, considerando as diferentes realidades sociais. O objetivo é facilitar a vida de milhões de pessoas, incluindo mais de 20 milhões que, segundo estimativas, dirigem sem o documento por conta dos altos custos e da burocracia do modelo anterior.
Com a segurança jurídica garantida, os Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans) de todo o Brasil continuam o processo de adaptação de seus sistemas para operar plenamente sob as novas diretrizes, tornando o sonho da primeira habilitação uma realidade mais próxima e econômica para todos.
Não deixe de acompanhar o portal do Idosos Brasil para mais informações.
Perguntas frequentes
1. A redução de aulas práticas de 20 para 2 horas já está valendo em todo o Brasil?
Sim. A decisão do TRF-1 garantiu a validade da Resolução 1.020/2025 em todo o território nacional, embora alguns Detrans ainda estejam em fase de adaptação dos sistemas.
2. O exame toxicológico é agora obrigatório para quem vai tirar carteira de carro e moto?
Sim, o novo modelo inclui a obrigatoriedade do exame toxicológico para os candidatos às categorias A (moto) e B (carro).
3. Qualquer pessoa pode me ensinar a dirigir para o exame prático?
Não. Embora não seja mais obrigatório cumprir toda a carga horária em uma autoescola, as aulas práticas devem ser ministradas por instrutores autônomos devidamente credenciados junto ao Detran.
4. Se eu reprovar no exame de direção, terei que pagar a taxa novamente?
A nova resolução garante o direito a uma repetição gratuita tanto para o exame teórico quanto para o prático, reduzindo os custos em caso de reprovação inicial.
















Debate sobre post