Pressão baixa em idosos aumenta chances de quedas e declínio cognitivo
Atenção para a saúde do idoso com hipotensão deve ser redobrada
A pressão baixa, ou hipotensão, é um problema que atinge milhões de brasileiros, inclusive os idosos.
De modo geral, a pressão arterial é considerada normal quando mede 120×80 mmHg, ou seja, 12 por 8. Assim, quando atinge medidas menores do que essa pode desencadear alguns sintomas.
Esses sintomas são ainda mais importantes para quem está na terceira idade. Isso porque pode trazer outros problemas, como aumento da chance de quedas e até mesmo declínio cognitivo.
Sintomas da pressão baixa
Uma das ocasiões mais comuns de queda de pressão é quando uma pessoa se levanta de forma brusca, mudando a sua posição de deitado para em pé.
Nesse momento, é possível experimentar tontura, fraqueza e até mesmo sensação de desmaio.
“O quadro acontece em situações de mudanças bruscas da posição deitada para ficar de pé. E é bastante comum quando os idosos se levantam à noite para ir ao banheiro”, explica Márcio Kamada, geriatra e professor do curso de medicina da Unisa (Universidade Santo Amaro).
Além disso, outros sintomas que podem ocorrer durante a hipotensão são perda de força, baixa energia, taquicardia, visão turva e suor frio.
Causas da hipotensão
Geralmente, a pressão baixa não é considerada doença quando não afeta diretamente a qualidade de vida de uma pessoa.
No entanto, quando os sintomas são severos e com risco de desenvolvimento de outras patologias, o acompanhamento do geriatra é indispensável para manter a saúde do idoso.
Veja algumas situações que podem levar à hipotensão:
- Diminuição de sangue na circulação
- Exposição a calor intenso
- Desidratação
- Jejum prolongado
- Uso de medicamentos contra hipertensão, diuréticos e remédios para emagrecer de forma excessiva
- Mudança brusca de posição
Consequências da pressão baixa são ainda maiores em idosos
Ao se expor aos sintomas da pressão baixa, os idosos são os que mais correm risco de outras consequências.
Em primeiro lugar, quando ocorre a tontura e até mesmo sensação de desmaio, aumenta o risco de quedas. Quando um idoso sofre uma queda, as consequências podem ser graves, sendo comum a quebra de ossos.
Além disso, a queda afeta diretamente a sua qualidade de vida, uma vez que a maioria dos casos requer atenção médica integral, por meio da internação.
Além disso, estudos apontam que a pressão baixa está diretamente relacionada ao declínio cognitivo. Dessa forma, o idoso com hipotensão pode ter mais dificuldade de memória, raciocínio e falta de atenção.
Outra pesquisa importante realizada na Inglaterra analisou 415 mil prontuários eletrônicos de idosos durante 10 anos. O apresentou um aumento de 62% no declínio cognitivo e mortalidade entre os idosos com hipotensão.
Como cuidar do idoso com pressão baixa?
Os idosos com pressão baixa devem receber um cuidado mais especial. Assim, o primeiro passo é fazer o acompanhamento regular com o geriatra, a fim de evitar grandes consequências para a sua saúde.
Dessa forma, caso a hipotensão seja leve, é possível analisar apenas os fatores que podem agravar, como medicamentos que diminuem a pressão arterial, por exemplo.
O fato é que não existe uma medicação que trata diretamente a hipotensão. Na verdade, a prevenção envolve a diminuição dos fatores de risco, enquanto o tratamento busca combater os sintomas que aparecem.
“O tratamento envolve a prevenção de mudanças de postura, aumentar a hidratação, o uso de meias elásticas que comprimem o sistema venoso das pernas, fazer atividade física, substituir medicamentos e controlar as doenças que exacerbam a pressão baixa”, explica Renato Bandeira de Mello, diretor científico da SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia).
Sendo assim, os cuidadores devem ter uma atenção redobrada com os idosos que apresentam pressão baixa, especialmente para os mais vulneráveis.
Nesse sentido, confira algumas dicas práticas para cuidadores que podem evitar consequências negativas para a saúde do idoso:
- Ajude o idoso a se levantar devagar e aguarde um momento para fazer os primeiro movimentos. Esse tempo é necessário para que o sangue volte a circular de forma normal;
- Subir a cabeceira da cama entre 10º e 20º pode ajudar a diminuir as chances de tonturas ao se levantar;
- Após longos períodos de repouso, a recomendação é não fazer movimentos bruscos, mas se movimentar de forma calma e devagar;
- Fique atento aos medicamentos utilizados pelos idosos e aos sintomas que podem surgir com a sua utilização;
- Por fim, é fundamental não perder nenhuma consulta com o geriatra e informar toda e qualquer mudança na vida do idoso.