O salário aumenta com isenção do IR? Veja o que muda após aprovação
O governo prevê que a economia anual pode ultrapassar R$ 4.000 com a isenção

Com a recente aprovação do projeto de isenção do Imposto de Renda (IR) pela Câmara dos Deputados, muitos brasileiros questionam o impacto direto dessa mudança em seus contracheques. A medida, que visa isentar quem recebe até R$ 5 mil por mês e conceder descontos parciais para rendimentos até R$ 7.350, promete aliviar o bolso de milhões de trabalhadores a partir de 2026. O texto ainda deverá passar pela aprovação do Senado.
Como funcionará a isenção do IR?
O projeto aprovado determina que quem ganha até R$ 5 mil mensais ficará completamente isento do pagamento de Imposto de Renda. Para implementar essa mudança, o projeto estabelece que, em 2026, as pessoas com rendimentos até esse valor terão um desconto mensal de até R$ 312,89, de modo que o imposto devido seja zerado.
Já para quem recebe entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350 mensais, o desconto será de R$ 978,62, aplicado de forma decrescente conforme o salário aumenta. Essa redução gradual funciona por meio de uma fórmula específica, que vai diminuindo o desconto até zerá-lo para quem ganha acima de R$ 7.350.
Vale destacar que o modelo mantém o desenho atual da tabela do IR, sem mexer nas alíquotas ou faixas existentes, apenas inserindo esse mecanismo de dedução automática para alcançar o efeito desejado.
Qual será o impacto no seu salário?
Imagem: Idosos Brasil
Com a aprovação da isenção, um trabalhador que recebe até R$ 5 mil poderá ganhar até R$ 313 a mais em seu salário mensal a partir de 2026. O governo prevê que a economia anual pode ultrapassar R$ 4.000 com a isenção. Esse valor pode variar um pouco conforme a situação específica de cada contribuinte.
Veja a tabela elaborada por Welinton Mota, diretor da Confirp Contabilidade, com base no projeto aprovado:
Renda Mensal (R$) | Ganhos por mês (R$) | Ganho anual (R$ e %) |
---|---|---|
3.036,00 | – | – |
3.400,00 | 27,30 | 354,89 10,44% |
3.600,00 | 54,76 | 711,89 19,77% |
3.800,00 | 84,76 | 1.101,89 29,00% |
4.000,00 | 114,76 | 1.491,89 37,30% |
4.200,00 | 144,76 | 1.881,89 44,81% |
4.400,00 | 177,89 | 2.312,57 52,56% |
4.600,00 | 222,89 | 2.897,57 62,99% |
4.800,00 | 267,89 | 3.482,57 72,55% |
5.000,00 | 312,89 | 4.067,57 81,35% |
5.200,00 | 286,27 | 3.721,46 71,57% |
5.400,00 | 259,64 | 3.375,28 62,51% |
5.600,00 | 233,01 | 3.029,10 54,09% |
5.800,00 | 206,38 | 2.682,93 46,26% |
6.000,00 | 179,75 | 2.336,75 38,95% |
6.200,00 | 153,12 | 1.990,57 32,11% |
6.400,00 | 126,49 | 1.644,40 25,69% |
6.600,00 | 99,86 | 1.298,22 19,67% |
6.800,00 | 73,23 | 952,04 14,00% |
7.000,00 | 46,60 | 605,86 8,66% |
7.200,00 | 19,98 | 259,69 3,61% |
7.350,00 | 0,00 | 0,00 0,00% |
7.400,00 | 0,00 | 0,00 0,00% |
7.500,00 | – | – 0,00% |
8.000,00 | – | – 0,00% |
📊 DESTAQUES
|
Quando a isenção começará a valer?
Embora o projeto já tenha sido aprovado pela Câmara dos Deputados, ele ainda precisa ser votado pelo Senado e posteriormente sancionado pelo presidente para entrar em vigor. Os efeitos não serão imediatos. Caso o projeto seja sancionado ainda em 2025, a mudança começará a valer a partir de janeiro de 2026.
Quem será beneficiado com a isenção?
Com a nova mudança, 10 milhões de brasileiros vão parar de pagar Imposto de Renda. Somando com os 10 milhões que já ficaram isentos em 2023 e 2024, no total 20 milhões de trabalhadores não precisarão mais pagar nada.
Os principais beneficiados são:
- Trabalhadores formais com carteira assinada
- Aposentados e pensionistas
- Trabalhadores autônomos e profissionais liberais
- Servidores públicos
A medida também beneficia quem tem múltiplas fontes de renda que, somadas, não ultrapassem os R$ 5 mil mensais. Por exemplo, um contribuinte que recebe R$ 2.600 de uma empresa e R$ 2.300 de outra, totalizando R$ 4.900, ficará isento do imposto quando a medida entrar em vigor.
O que dizem os críticos da medida?
Apesar do apoio maciço na Câmara, a iniciativa não está livre de críticas. O deputado Gilson Marques (Novo-SC) disse que os recursos não irão para os mais pobres e criticou a tributação de lucros e dividendos. “Vamos cobrar dos mais ricos, são só 140 mil pessoas para dar para os mais pobres. Isso é mentira! Esse dinheiro não vai para os mais pobres, vai para os políticos. E é melhor que esse dinheiro ficasse ainda que com os mais ricos, porque são eles que empregam, compram as máquinas, fazem os produtos”, disse Gilson.
O deputado Capitão Alden (PL-BA), vice-líder da oposição, teme que o projeto possa “matar” o mercado brasileiro. Ele acredita que os brasileiros mais ricos que serão tributados devem transferir seus recursos para o exterior, “gerando desemprego e uma série de consequências nefastas para o Brasil”.
Para mais informações sobre a isenção do IR, fique de olho no portal do Idosos Brasil.