Bolsa Família

NOVA ALTERAÇÃO: Entenda o que muda no Bolsa Família para quem melhora de renda

Veja tudo o que se sabe sobre a nova regra geral de proteção do Bolsa Família

O governo federal vai mudar as regras do Bolsa Família para quem consegue melhorar a renda. A famosa regra de proteção, criada para evitar a perda imediata do benefício quando a situação financeira melhora, terá validade reduzida e critérios mais rigorosos.

Se antes uma família podia continuar recebendo metade do valor do Bolsa Família por até 24 meses, agora o prazo será cortado pela metade: 12 meses. 

E para quem tem algum tipo de renda previdenciária, como aposentadoria ou pensão, o tempo será ainda menor: apenas 2 meses.

As mudanças constam em uma minuta de portaria que deve ser publicada nos próximos dias e valem apenas para atualizações cadastrais feitas a partir da publicação do texto.

Na prática, isso significa que se você já teve um aumento de renda recentemente, vai necessariamente seguir a regra de proteção com as regras atuais.

O que muda na prática (ponto a ponto)

A mudanças de normas na regra de proteção certamente interessam a boa parte dos usuários do Bolsa Família. Entender a nova legislação é importante para saber até quanto a sua renda pode crescer para que você não perca o direito de receber o benefício. 

Para ajudar nesta tarefa, vamos listar abaixo ponto a ponto todas as mudanças que serão apresentadas pelo governo federal na próxima minuta:

Prazo menor para o benefício parcial

  • Antes: 24 meses com 50% do valor do Bolsa Família.
  • Agora: 12 meses (ou 2 meses para quem recebe pensão, aposentadoria, BPC ou benefícios públicos).

Novo limite de renda

  • Antes: Até R$ 759 por pessoa (meio salário mínimo).
  • Agora: Até R$ 706 por pessoa. Acima disso, o benefício é cancelado sem direito à regra de proteção.

Quem será afetado?

  • Famílias que tiverem a renda aumentada a partir da publicação da nova regra.
  • Quem já está na regra de proteção até abril de 2025 continua com os 24 meses garantidos, desde que não ultrapasse os R$ 759.

Por que governo está mudando a regra no Bolsa Família

De uma maneira resumida, pode-se afirmar que o objetivo desta medida é conter gastos. A alteração foi autorizada pelo Congresso como parte do pacote de ajuste fiscal enviado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no fim de 2024. 

A expectativa geral do próprio governo federal é economizar até R$ 7,7 bilhões em 2025.

Além disso, o governo quer desvincular a regra de proteção do salário mínimo, que tende a aumentar com ganho real. Isso evita que mais pessoas se mantenham no programa mesmo após melhorarem a renda.

NOVA ALTERAÇÃO: Entenda o que muda no Bolsa Família para quem melhora de renda
Ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias. Imagem: Agência Brasil

O que mais muda no Bolsa Família

Mas se engana quem pensa que a regra de proteção é a única que vai passar por alterações em breve. O governo federal também pretende aplicar normas mais duras para as famílias unipessoais. Estamos falando de pessoas que residem sozinhas. 

Para este grupo de usuários, a ideia é aplicar entrevistas presenciais obrigatórias no momento da inscrição no Cadúnico. Até aqui, esse público não era obrigado a receber a visita. 

Essa medida, no entanto, não deverá ser aplicada para alguns grupos sociais como indígenas, quilombolas e pessoas em situação de rua.

Outro ponto que também deve mudar é que famílias que perderem o Bolsa Família após o fim da regra de proteção terão até 36 meses de prioridade para reingressar, se voltarem à condição de pobreza (renda per capita abaixo de R$ 218).

O que é a regra de proteção do Bolsa Família

A regra de proteção do Bolsa Família foi criada para evitar que famílias que conseguissem um emprego formal ou outra fonte de renda fossem punidas imediatamente com a perda do benefício.

A ideia era incentivar a busca por autonomia financeira, oferecendo uma transição suave.

Com as novas regras, esse “colchão de proteção” ficou mais curto. Existe, portanto, o risco de que a medida desestimule parte dos beneficiários a declarar aumentos de renda com receio de perder o auxílio.

Aecio de Paula

Formado em Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco e pós-graduado em Direitos Humanos com foco em discurso de defesa das minorias sociais em processos eleitorais internacionais.

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