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Lula vai cortar o INSS de 800 mil idosos? Veja o que está por trás dessa afirmação

Postagem que circula nas redes sociais afirma que o presidente Lula decidiu cortar o INSS de 800 mil idosos

Se você é um idoso aposentado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e costuma usar as redes sociais com frequência, certamente se deparou com um post polêmico nos últimos dias.

A postagem em questão afirma que o presidente Lula teria confirmado uma lista com 800 mil idosos que “darão adeus ao salário de R$ 1412 do INSS”.  O post não é novo, mas voltou a ser compartilhado com força no decorrer desta semana.

Lula vai cortar 800 mil idosos?

Não é verdade que o presidente Lula teria confirmado o corte de 800 mil aposentadorias do INSS. Na verdade, a autarquia está verificando nesse momento dados desatualizados de beneficiários do auxílio-doença e do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Logo depois da análise, os casos que foram considerados irregulares serão chamados para passar por uma perícia médica, ou por uma atualização cadastral. A previsão é de que 680 mil pessoas sejam chamadas para verificação.

De todo modo, o INSS teria afirmado que poderia atender até 800 mil pessoas nesse mesmo período. É justamente daí que vem o número citado na postagem que circula nas redes sociais. Trata-se, portanto, de uma fake news. 

Uma outra informação imprecisa trazida pela postagem é a de que o BPC, que seria cortado para esses 800 mil idosos, atende apenas pessoas mais velhas. Na verdade, o benefício também atende cidadãos que possuem algum tipo de deficiência física e/ou intelectual.

INSS lançou alerta

Como dito, essa não é a primeira vez que a postagem em questão começa a circular nas redes sociais. Ainda no final do ano passado, quando os compartilhamentos começaram a chamar atenção, o INSS decidiu se manifestar. 

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) alerta que é falsa a informação que o governo federal vai cortar 800 mil benefícios de idosos com mais de 60 anos de idade para “economizar””, diz a nota

“O que está em andamento desde agosto passado é um programa de revisão de Benefício de Prestação Continuada (BPC) que não tem inscrição no Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal e também aqueles beneficiários de BPC que estão há mais de 48 meses sem atualização de informações no CadÚnico”, segue o INSS

“Importante destacar que o BPC não é um benefício previdenciário, ele é assistencial. O BPC é do Ministério de Desenvolvimento Social (MDS), o INSS apenas operacionaliza os pagamentos”, completa a autarquia.

“É uma determinação do presidente Lula: dar direito a quem tem direito. Não é justo pagar benefício a quem não precisa. Isso faz com que falte dinheiro para pagar quem realmente tem direito ao pagamento”, informa o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi.

Lula vai cortar o INSS de 800 mil idosos? Veja o que está por trás dessa afirmação
Ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. Imagem: Valter Campanato/ Agência Brasil

O INSS informou que também tem realizado a verificação: 

  • dos Auxílios por Incapacidade Temporária (antigo auxílio-doença) que são pagos há mais de dois anos;
  • dos BPC que estão há mais de 48 meses sem atualização no Cadastro Único (CadÚnico) do governo federal;
  • ou dos BPC que não têm inscrição no CadÚnico.

Aumento do INSS

Dentro de mais alguns dias, o governo federal deverá retomar os pagamentos das aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Existe muita expectativa porque os repasses de janeiro já virão reajustados com os novos valores.

Para quem ganha o piso previdenciário nacional, ou seja, o salário mínimo, o tamanho do aumento já está definido. Para esse público a ideia é que o patamar seja elevado de R$ 1.412 para R$ 1.518, ou seja, um aumento de R$ 106, ou de pouco mais de 7% em termos percentuais.

para as pessoas que recebem qualquer valor acima do salário mínimo o cenário é diferente. Nesse caso, o valor do teto do INSS é baseado apenas no INPC do IBGE, justamente o número que foi divulgado na manhã dessa sexta-feira (10). No final das contas, ficou indicado que a inflação fechou em 4,77%.

Aecio de Paula

Formado em Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco e pós-graduado em Direitos Humanos com foco em discurso de defesa das minorias sociais em processos eleitorais internacionais.

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