Notícias

Lançamento do Pix Parcelado é adiado pelo Banco Central após fraudes milionárias

BC prioriza segurança do sistema financeiro após conexões entre instituições financeiras e organizações criminosas serem descobertas

O Banco Central do Brasil decidiu adiar o lançamento do pix parcelado, funcionalidade que estava prevista para ser implementada em setembro de 2025. A nova modalidade, que permitiria aos usuários dividir pagamentos enquanto o recebedor receberia o valor integral imediatamente, ficará em segundo plano diante da necessidade urgente de reforçar a segurança do sistema financeiro nacional.

Motivos do adiamento

A decisão do Banco Central de adiar a implementação da nova ferramenta, que estava prevista para este semestre, passou a ser secundária diante da necessidade urgente de fortalecer a segurança do sistema financeiro, após uma série de ataques cibernéticos e a revelação de conexões entre instituições financeiras e o Primeiro Comando da Capital (PCC).

O foco agora se concentra no combate às brechas regulatórias que têm sido exploradas pelo crime organizado, com o objetivo de garantir a integridade do sistema.

Novo cronograma de implementação

Segundo informações obtidas pelo portal Poder360 nesta sexta-feira (26), o adiamento da implementação do Pix parcelado deve durar cerca de três meses. O novo cronograma prevê que as regras do sistema sejam finalizadas até outubro, enquanto o manual de experiência do usuário e os procedimentos operacionais sejam apresentados em dezembro. Após essa fase, haverá um período de transição, no qual os produtos atuais e o novo sistema convivem lado a lado.

No cronograma original, divulgado em junho, a expectativa era de que o regulamento do Pix parcelado e seus respectivos manuais técnicos, incluindo o de experiência do usuário, fossem lançados em setembro. A previsão era de que, após esse lançamento, houvesse um período de transição, com a coexistência do novo sistema e dos modelos privados até março de 2026.

Medidas de segurança implementadas pelo BC

A autarquia já divulgou um conjunto de medidas, incluindo a imposição de um limite de R$ 15 mil para transações via Pix ou TED realizadas por instituições de pagamento não licenciadas, além da exigência de que operações com indícios sólidos de fraude sejam automaticamente rejeitadas.

Outras ações, como o combate a contas laranja, contas-bolsão e criptoativos, estão programadas para este semestre, com algumas sendo antecipadas devido aos recentes desvios milionários. O Banco Central também abriu uma consulta pública para endurecer a regulamentação sobre o serviço de eFX, intermediários de pagamentos e transferências internacionais, que surgiram em 2021 com o objetivo de aumentar a competitividade no mercado cambial.

Assim como no caso do Pix, a atuação de Instituições de Pagamento (IPs) sem licença foi inicialmente permitida nesse segmento. A medida visava estimular a inovação e a competição, mas agora, com o foco na segurança e na regulamentação mais rigorosa, há uma revisão desse modelo.

O que é o Pix Parcelado?

Pessoa realizando pagamento via Pix com smartphone e terminal de pagamento
O objetivo do novo produto é padronizar as soluções de crédito.
Imagem: Idosos Brasil

O Banco Central (BC) decidiu adiar o lançamento do Pix parcelado, funcionalidade que permitiria padronizar operações de crédito no sistema de pagamentos instantâneos. O Pix parcelado permitirá ao cliente dividir o pagamento por meio de um empréstimo contratado simultaneamente ao banco, enquanto o recebedor recebe o valor integral no ato.

O objetivo do novo produto é padronizar essas soluções de crédito, permitindo que o cliente parcele a compra enquanto o recebedor recebe o valor integral imediatamente.

Impactos do adiamento

Em meio aos recentes ataques cibernéticos, a atenção passou a se concentrar na segurança do sistema financeiro, o que contrasta com a ênfase em inovação adotada pelo Banco Central nos últimos anos. O Pix, lançado em 2020, foi o principal marco dessa estratégia, junto com o desenvolvimento do Open Finance e os testes da Drex, a Moeda Digital do Banco Central (CBDC), que introduziu o Brasil no universo das criptomoedas.

De acordo com o Extra Globo, Luiz Henrique Barbosa, diretor-executivo da Swarmy Tecnologia, especializada em segurança e prevenção de fraudes digitais no setor financeiro, aponta que, a curto prazo, as novas exigências de segurança podem gerar custos extras para as instituições financeiras, o que poderia resultar na saída de alguns players do mercado. No entanto, ele acredita que, com a adaptação necessária, o sistema se tornará mais seguro e, no futuro, estará mais aberto a inovações mais arrojadas.

Preocupações adicionais

Além da questão das fraudes, um desafio do BC envolve o endividamento dos brasileiros. O risco é que a modalidade confunda consumidores, que podem pensar estar fazendo uma transferência parcelada quando na verdade estão contraindo um empréstimo com juros.

Confira mais informações sobre o assunto em outros conteúdos do Idosos Brasil.

Quezia Andrade

Biomédica CRBM2 nº 17394. Redatora especialista de conteúdos de Estética e Nutrição do grupo Sena Online.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo