O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) possui 86 contratos de crédito consignado ativos para beneficiários com mais de 120 anos de idade, segundo dados obtidos pela Folha de São Paulo através da Lei de Acesso à Informação (LAI) em 13 de agosto de 2025. A descoberta acende um alerta sobre possíveis irregularidades no sistema previdenciário brasileiro, uma vez que não há registros oficiais de pessoas vivas nessa faixa etária no país.
Os dados abrangem contratos firmados entre 2020 e 2025 que permaneciam ativos até o mês passado, contemplando três modalidades: empréstimo pessoal, cartão de crédito e cartão de benefícios. Embora represente uma fração pequena dos 57,3 milhões de contratos ativos, o número levanta questionamentos sobre a integridade dos registros e a possibilidade de fraudes.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) manifestou desconhecimento sobre a existência de consignados para aposentados com 120 anos ou mais. Em nota oficial, a entidade declarou que “não parece minimamente imaginável que uma pessoa de 120 anos tenha tomado um empréstimo bancário, a não ser que o registro dessa informação decorra de erro material nos dados cadastrais do cliente ou seja fruto de golpe ou fraude”.
A instituição enfatizou que repudia qualquer produto bancário que desconsidere políticas preventivas voltadas à proteção de clientes vulneráveis, especialmente idosos de idade avançada. Segundo a Febraban, as instituições financeiras adotam critérios mais conservadores ao conceder crédito para pessoas com idades elevadas, muitas vezes oferecendo prazos menores ou optando por não operar com esse público.
Os consignados para beneficiários com mais de 120 anos são descontados principalmente de:
O INSS também registra 2,5 milhões de contratos ativos para beneficiários entre 80 e 120 anos. Nessa faixa etária, embora o crédito não seja proibido, as operações tendem a ser mais caras ou restritas devido ao maior risco de inadimplência.
Os dados obtidos revelaram ainda 890 contratos ativos de crédito consignado para beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (BPC) com menos de 60 anos, apesar da lei estabelecer idade mínima de 65 anos para receber o benefício. Esses números consideram apenas o BPC idoso, excluindo operações vinculadas ao benefício para pessoas com deficiência.
Os empréstimos consignados para aposentados e pensionistas do INSS estão sendo investigados pelas autoridades após o início da Operação Sem Desconto, que apura fraudes em descontos de mensalidades associativas. Embora sejam produtos diferentes, há suspeitas de que tanto as mensalidades quanto o crédito consignado foram utilizados para cometer irregularidades.
Em 2024, a Controladoria-Geral da União (CGU) apontou em relatório de auditoria diversas fragilidades no sistema:
O INSS registrou um aumento na averbação de créditos consignados. Em janeiro de 2025, foram averbados 3,1 milhões de contratos, o que representa um crescimento de 55,5% em comparação com o mesmo mês de 2024, quando foram registrados 2 milhões de contratos.
A advogada Joseane Zanardi, coordenadora regional do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), considera os números preocupantes. “Esses beneficiários estão vivos, ou são benefícios fraudados? É uma informação que me causa estranheza, não é um número tão pequeno”, questionou.
Zanardi destacou que pode haver múltiplos contratos por pessoa, dentro do limite consignável, mas ressaltou a necessidade de análise mais detalhada para verificar irregularidades tanto na manutenção dos benefícios quanto na concessão dos consignados.
Um técnico com experiência na área previdenciária, ouvido sob condição de anonimato, avaliou que os dados indicam possíveis erros de cadastro ou, em cenário mais grave, irregularidades sistemáticas nos benefícios e nos consignados.
A coordenadora do IBDP destacou um problema recorrente: familiares realizam contratações de consignados em nome de parentes beneficiários do INSS, principalmente quando estes vão ficando mais velhos. “Existem abusos nesse sentido”, afirmou Zanardi.
A legislação prevê que, em caso de morte do tomador, o saldo do empréstimo é automaticamente quitado. Para as instituições financeiras, esse representa um fator adicional de risco na análise da operação, especialmente para clientes de idade avançada.
A descoberta desses contratos irregulares evidencia a necessidade urgente de revisão dos sistemas de controle do INSS. A existência de empréstimos para pessoas com mais de 120 anos, idade biologicamente improvável, sugere falhas graves que podem estar facilitando fraudes contra o sistema previdenciário.
O silêncio do INSS sobre o número exato de beneficiários nessa faixa etária apenas aumenta as suspeitas. Sem transparência e medidas corretivas efetivas, o sistema permanece vulnerável a golpes que prejudicam tanto os cofres públicos quanto os beneficiários legítimos.
Para mais informações sobre o INSS e outros benefícios, acompanhe o portal Idosos Brasil.
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