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INSS: Governo vai pagar em parcela única o ressarcimento para vítimas de descontos

Medida deve beneficiar milhões de aposentados e pensionistas que foram prejudicados por cobranças indevidas nos últimos anos.

Milhões de aposentados e pensionistas foram surpreendidos, nos últimos anos, por descontos indevidos nos seus benefícios. Muitas dessas cobranças não foram autorizadas, e agora o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) promete corrigir esse erro com uma medida aguardada por quem foi lesado: a devolução dos valores será feita em parcela única e sem critérios de prioridade.

O que causou os descontos

A origem do problema está em fraudes cometidas por algumas associações, que se aproveitaram da confiança de pessoas mais vulneráveis. Com o uso de assinaturas falsificadas e cadastros irregulares, essas associações conseguiram aplicar cobranças indevidas nos benefícios de milhões de brasileiros. O prejuízo foi imenso não apenas financeiro, mas também emocional, ao afetar a renda de quem depende desses valores para viver com dignidade.

Como será feita a devolução

O anúncio oficial veio com a confirmação de que o pagamento será feito ainda este ano. Embora um calendário exato ainda esteja em elaboração, a estratégia será distribuir os pagamentos em grupos quinzenais, ou seja, dois grupos por mês. Dessa forma, espera-se dar agilidade ao processo e alcançar todos os prejudicados o quanto antes.

Recursos garantidos para o pagamento

Para tornar possível o pagamento, a Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de liberação de verba adicional no orçamento. Esse valor ficará fora das restrições fiscais de 2025 e 2026. A expectativa é que isso acelere a liberação dos recursos e evite entraves administrativos.

Encontro entre instituições para definir próximos passos

A questão também será tratada em uma audiência marcada pelo ministro Dias Toffoli, do STF. Nela, representantes do INSS, da AGU, da Defensoria Pública da União (DPU) e do Ministério Público Federal (MPF) apresentarão um plano para organizar as devoluções. A presença de diferentes instituições reforça o compromisso com a transparência e com os direitos dos segurados.

Quem será reembolsado

Desde o início do processo, mais de 3,2 milhões de pessoas registraram reclamações formais. O total a ser devolvido pode ultrapassar R$ 2,1 bilhões, considerando a atualização monetária. A boa notícia é que a AGU já bloqueou cerca de R$ 2,8 bilhões em bens das associações envolvidas nas fraudes valor suficiente para cobrir os reembolsos.

Possibilidade de mais contestações

Segundo estimativas da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União, o número de contestações ainda pode crescer e chegar a 4,1 milhões. As associações responsáveis têm um prazo de 15 dias úteis para apresentar documentos que provem a legalidade dos descontos. Se não o fizerem, o governo fará o pagamento diretamente aos segurados.

Situação das ações na Justiça

A AGU também está atuando judicialmente para reaver os valores desviados, reforçando que o compromisso é recuperar até o último centavo. A responsabilidade pelas fraudes não será transferida ao contribuinte, essa foi uma das garantias dadas pelo advogado-geral da União, Jorge Messias.

Por outro lado, há um limite legal: valores descontados antes de março de 2020 não poderão ser restituídos, pois estão fora do prazo permitido por lei.

Idoso acessando o aplicativo Meu INSS para verificar descontos indevidos
Segurados podem usar o aplicativo Meu INSS para contestar descontos e solicitar reembolso. Foto: Idosos Brasil

Como saber se há valores a receber?

O primeiro passo é verificar se houve cobrança indevida. Esse procedimento pode ser realizado pelo aplicativo Meu INSS (disponível para Android e iOS), pelo site oficial do INSS, pela central telefônica 135 ou presencialmente nas agências dos Correios. É importante reforçar que o INSS não envia mensagens por WhatsApp, SMS ou ligações sobre esse tema.

Como pedir a restituição?

Para quem identificou descontos não autorizados, a contestação pode ser feita diretamente pelo aplicativo Meu INSS ou em qualquer agência dos Correios. Após o registro, a associação envolvida será notificada. Caso não responda em até 15 dias úteis, terá mais cinco dias para devolver o valor. Se mesmo assim não houver pagamento, o governo assumirá a devolução.

Precisa de advogado?

Não. Todo o processo pode ser feito de forma autônoma pelos canais oficiais. A intenção é justamente facilitar o acesso à restituição, sem depender de intermediários ou gastos extras.

Há prazo para contestar?

O sistema ficará aberto por tempo indeterminado. Além disso, o STF suspendeu o prazo de prescrição para quem optar por buscar seus direitos na Justiça, garantindo que ninguém perca a chance de recuperar o que foi tirado. Ainda assim, o caminho administrativo tende a ser mais rápido.

Quem vai pagar a conta?

O governo federal assumirá integralmente os custos das devoluções, com os valores corrigidos pela inflação. Isso será feito independentemente das ações judiciais que continuam em andamento contra os responsáveis pelas fraudes.

Essa medida representa um passo importante para reparar injustiças que atingiram duramente aposentados e pensionistas em todo o país. A expectativa é que, com organização e agilidade, esse processo seja conduzido com respeito e eficiência, resgatando a confiança de quem depende do INSS para viver com tranquilidade.

Geovana Farias

Graduada em Pedagogia pela UNEB. Especialista em Gestão e Organização da Escola com Ênfase em Coordenação pedagógica. Especialista em Neuropsicopedagogia. Redatora Grupo Sena Online

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