
A infecção urinária é bastante comum em pessoas idosas. Isso ocorre porque, com o envelhecimento, o sistema imunológico tende a enfraquecer, tornando o organismo mais vulnerável a infecções. Quando microrganismos , principalmente bactérias entram no trato urinário, que é composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra, pode-se desenvolver esse tipo de infecção. Essa condição é mais comum em mulheres, mas os homens também podem ser afetados, especialmente na terceira idade. Outro motivo para isso é que com a diminuição dos níveis de estrogênio nas mulheres, acaba alterando a flora vaginal, aumentando as chances de infecções nesse público.
Causas e sintomas principais
Essa condição é comum na terceira idade devido ao enfraquecimento do sistema imunológico e às alterações naturais do organismo com o envelhecimento. Os sintomas clássicos incluem ardência ao urinar, aumento da frequência urinária, dor na região inferior do abdômen e urina com odor forte ou aparência turva. No entanto, em idosos, os sinais podem ser mais sutis e atípicos, como confusão mental, agitação, queda da pressão arterial e febre repentina, muitas vezes sem queixas urinárias específicas.
Fatores de risco
A idade avançada por si só já representa um risco, devido à diminuição da imunidade e às alterações anatômicas do trato urinário. Além disso, doenças crônicas como diabetes, demência e insuficiência renal aumentam a vulnerabilidade. A imobilidade, o uso prolongado de sondas urinárias e a incontinência urinária também favorecem o aparecimento da infecção. Outro fator importante é a hidratação inadequada, isso é muito comum em idosos que ingerem menos líquidos ao longo do dia.
Diagnóstico da infecção urinária
De acordo com a especialista em análises clínicas, a Biomédica Quézia Andrade, o diagnóstico da infecção urinária é feito por meio da análise de amostra da urina, que é colhida por jato médio e em condições de limpeza adequada da região genital. A biomédica detalha que o EAS (elementos anormais e sedimento urinário), também conhecido como urina tipo I, permite observar alterações como leucocitúria (presença aumentada de leucócitos), hematúria (sangue na urina), piúria (presença de pus) e bacteriúria (presença de bactérias).
Tratamento
O tratamento deve ser feito com antibióticos e com base nas orientações médicas, normalmente definidas após a análise dos exames laboratoriais. É fundamental que o paciente siga corretamente a dosagem e complete o ciclo do medicamento, mesmo que os sintomas desapareçam antes do fim do tratamento. A ingestão adequada de líquidos auxilia na eliminação das bactérias e na recuperação. Caso os sintomas persistam ou piorem após 48 horas do início do tratamento, é necessário retornar ao médico para reavaliação.
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Prevenção da infecção urinária
A prevenção é sempre a melhor abordagem. Algumas dicas práticas incluem:
- Higiene adequada: Após o uso do banheiro, é importante fazer a limpeza da região genital no sentido da frente para trás, ajudando a evitar que bactérias da área anal entrem em contato com a uretra.
- Troca frequente de fraldas: Para aqueles que utilizam, é essencial trocar as fraldas regularmente para evitar a umidade.
- Ingestão de líquidos: Beber bastante água ajuda a diluir a urina e a eliminar bactérias.
Hábitos saudáveis
Incorporar hábitos saudáveis no dia a dia pode reduzir o risco de infecções urinárias:
- Evitar roupas íntimas apertadas: Isso pode ajudar a manter a área genital arejada.
- Urinar após relações sexuais: Esse hábito contribui para eliminar possíveis bactérias que tenham entrado na uretra durante o contato íntimo, reduzindo o risco de infecção.
O que acontece se não tratar a infeção?
As consequências de uma infecção urinária não tratada em idosos podem ser muito sérias e merecem toda a nossa atenção e cuidado. Quando a infecção se espalha para os rins, pode causar febre alta, dor intensa e comprometer a saúde renal, gerando muito desconforto para o idoso.
Em situações mais graves, a infecção pode atingir a corrente sanguínea e causar sepse, uma condição grave que exige atendimento médico urgente. Além disso, em pessoas mais frágeis, esse tipo de infecção pode afetar não só o corpo, mas também a mente, levando à confusão, quedas, internações prolongadas e até à perda da autonomia. Por isso, estar atento aos sinais e buscar ajuda médica logo nos primeiros sintomas é um gesto de cuidado que pode fazer toda a diferença na vida do idoso.
“Quando os sinais aparecerem é importante buscar ajuda médica. Isso permite um tratamento mais seguro e eficaz, especialmente em pessoas idosas, que merecem todo o cuidado e atenção nessa fase da vida”, orienta a biomédica Quézia Andrade, especialista em análises clínicas.