A Federação dos Bancários do Paraná divulgou um alerta sobre fraudes envolvendo biometria facial que afetam clientes do Itaú Unibanco. Segundo informações da entidade, criminosos desenvolveram métodos sofisticados para capturar dados biométricos de correntistas através de situações aparentemente inofensivas.
Victor Thomazetti, superintendente de Prevenção a Fraudes do Itaú Unibanco, explicou em entrevista à Mobile Time que o cenário de segurança bancária representa um processo contínuo de adaptação. Conforme relatado pelo executivo, quando novos sistemas de proteção são implementados, fraudadores desenvolvem técnicas alternativas, criando um ciclo permanente de inovação em ambos os lados.
Como funciona o Golpe do Aniversário
De acordo com Thomazetti, uma das fraudes identificadas recentemente foi denominada “Golpe do Aniversário”. O superintendente detalhou que os criminosos obtêm previamente dados da vítima como data de nascimento, endereço e CPF. Na data do aniversário, um indivíduo se apresenta como entregador portando presentes de valor elevado, como cestas de café da manhã ou arranjos florais.
Conforme explicação do executivo, o suposto entregador solicita uma foto do destinatário com o presente, alegando necessidade de comprovação da entrega. Durante esse procedimento, segundo Thomazetti, o fraudador mantém o aplicativo bancário ativo em seu dispositivo, capturando a biometria facial para contratar produtos financeiros no nome da vítima.
Detalhamento do processo fraudulento
O superintendente descreveu as etapas da fraude em detalhes. Segundo ele, os dados pessoais são obtidos antecipadamente através de diversas fontes. Os criminosos aguardam a data específica para criar o contexto adequado. Thomazetti explicou que a entrega inesperada reduz as defesas psicológicas naturais da pessoa, tornando-a mais receptiva. A captura biométrica ocorre de forma disfarçada durante o registro fotográfico.
O golpe do cartão segundo a instituição
Thomazetti também relatou outra modalidade denominada golpe do cartão. Conforme sua descrição, o fraudador se apresenta como funcionário bancário, informa sobre transação suspeita e realiza um suposto estorno. Posteriormente, solicita que o cliente corte o cartão ao meio, mas de forma que o chip permaneça intacto.
Segundo o executivo, um motociclista recolhe o cartão alegando necessidade de “perícia bancária”. Com o chip preservado, conforme explicado, os criminosos conseguem realizar transações utilizando o cartão.
Sistemas de detecção implementados pelo Itaú
De acordo com informações fornecidas por Thomazetti, o banco utiliza modelos de machine learning e inteligência artificial para analisar comportamentos transacionais. O executivo explicou que esses sistemas monitoram tanto envio quanto recebimento de valores, identificando movimentações que divergem do padrão habitual de cada cliente.
Conforme relatado, quando uma transação atípica é detectada, o sistema pode bloqueá-la automaticamente ou solicitar confirmação através de notificações. Thomazetti mencionou o desenvolvimento de um alerta contextualizado contra golpes, que notifica clientes sobre destinos suspeitos mesmo em transações de valores rotineiros.
Colaboração entre instituições financeiras
Segundo Thomazetti, existe cooperação entre instituições financeiras no combate a fraudes. O executivo afirmou que os times de prevenção não competem entre si, mas colaboram através de entidades como Febraban e Abecs. Ele destacou que essa cooperação se estende a outros setores, incluindo telecomunicações e órgãos governamentais.
Medidas de proteção recomendadas
Especialistas em segurança bancária recomendam cautela com entregas não solicitadas. Orientações incluem nunca fornecer dados biométricos a terceiros e desconfiar de solicitações para envio de cartões danificados. Instituições financeiras informam que não solicitam tais procedimentos.
Recomenda-se manter dados pessoais protegidos e evitar compartilhamento em plataformas não verificadas. Em situações suspeitas, a orientação é contatar o banco através dos canais oficiais.
Para informações adicionais sobre segurança digital, consulte o portal Idosos Brasil.
Expansão das fraudes para outros setores
Thomazetti destacou que as fraudes não se limitam ao setor financeiro. Segundo ele, empresas de tecnologia tornaram-se alvos devido ao acesso que possuem a sistemas, APIs e controles. O executivo afirmou que o contexto da fraude não possui barreiras setoriais.
O superintendente mencionou ferramentas como o Open Gateway, ao qual o Itaú aderiu, como essenciais para defesa ampliada. Ele explicou que, embora bancos não tenham responsabilidade direta por falhas em sistemas terceiros, na prática assumem essa responsabilidade perante seus clientes.
Dúvidas frequentes
Como denunciar tentativas de fraude? Autoridades recomendam registro de ocorrência policial e comunicação imediata ao banco. A Febraban disponibiliza canais específicos para denúncias de fraudes financeiras.
Por que datas de aniversário são exploradas? Segundo análises de especialistas, momentos especiais reduzem barreiras psicológicas de segurança. A surpresa positiva diminui níveis de desconfiança natural.
Existem seguros contra fraudes bancárias? Algumas instituições oferecem coberturas específicas. Responsabilidades variam conforme análise individual de cada ocorrência.
Como verificar autenticidade de mensagens bancárias? Instituições financeiras não enviam links suspeitos nem solicitam senhas via mensagem. Recomenda-se acesso direto através de aplicativos oficiais ou digitação manual de endereços web.













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