Estética

Cortes que marcaram gerações: o que o público mais pediu nos salões em cada década?

Entende como os cortes de cabelo mudaram com o passar do tempo e ajudaram a contar nossa história

Moda é cíclica, e isso vale também para os cabelos. Ao longo das décadas, certos cortes de cabelo se tornaram verdadeiros ícones culturais, refletindo comportamentos sociais, influências da música, do cinema e das transformações no estilo de vida. 

Dos salões mais sofisticados às barbearias de bairro, os pedidos de corte sempre disseram muito sobre o espírito da época. A seguir, um passeio nostálgico, e cheio de estilo, pelos cortes que marcaram gerações.

Para ajudar a relembrar essa história, separamos abaixo os cortes mais pedidos pelas mulheres e homens no decorrer das últimas décadas. 

Um corte por década

Ano 1950: o clássico impecável

Nos anos 1950, o visual polido e elegante era o ideal. Entre os homens, o corte “pompadour”, aquele topete volumoso eternizado por Elvis Presley, reinava absoluto, sempre acompanhado de muito gel para manter tudo no lugar. 

Já entre as mulheres, os cabelos curtos com ondas marcadas, como os usados por Marilyn Monroe, faziam sucesso, sugerindo feminilidade, glamour e sofisticação.

Cortes que marcaram gerações: o que o público mais pediu nos salões em cada década?
Corte do Elvis era sucesso entre homens. Imagem: Divulgação

Anos 1960: rebeldia

A década de 60 trouxe mudanças profundas, especialmente entre os jovens. Os cortes mais curtos e retos, como o icônico “bob cut” de Vidal Sassoon, simbolizavam modernidade e praticidade. 

Nos salões masculinos, o cabelo com franja, usado pelos Beatles, influenciou toda uma geração que queria romper com os padrões rígidos do passado.

Cortes que marcaram gerações: o que o público mais pediu nos salões em cada década?
Corte fazia sucesso entre as mulheres. Imagem: Divulgação

Anos 1970: Liberdade

Com a ascensão dos movimentos hippie e disco, os cortes refletiam a busca por liberdade e autenticidade. Cabelos longos, naturais e com volume eram a preferência tanto de homens quanto de mulheres. 

Os afros poderosos, usados com orgulho pela população negra, tornaram-se um símbolo de identidade e resistência. Para os mais ousados, o mullet começava a dar as caras.

Cortes que marcaram gerações: o que o público mais pediu nos salões em cada década?
Roberto Carlos usa esse corte de cabelo até hoje. Imagem: Divulgação

Anos 1980: Volume

Os anos 80 foram uma explosão de excessos, e os cabelos seguiram o mesmo caminho. Era a era do “quanto mais volume, melhor”. 

Ondas permanentes, franjas armadas, cortes assimétricos e muito laquê tomavam conta dos salões. Celebridades como Madonna e David Bowie inspiravam visuais marcantes e irreverentes. 

Foi também a década em que o mullet se popularizou de vez: “negócio na frente, festa atrás”.

Cortes que marcaram gerações: o que o público mais pediu nos salões em cada década?
Volume é a marca do Movimento Negro nos anos 1980. Imagem: YouTube

Anos 1990: Minimalismo

Depois dos exageros dos anos 80, os anos 90 trouxeram um ar de simplicidade. Os cortes ficavam mais limpos e menos estruturados.

O “Rachel cut”, imortalizado por Jennifer Aniston na série Friends, virou febre mundial entre as mulheres.

Nos salões masculinos, os cortes curtos com fade nas laterais (influência do hip hop e do R&B) ganhavam força, enquanto os cabelos descoloridos de boy bands como NSYNC e Backstreet Boys faziam a cabeça dos adolescentes.

Cortes que marcaram gerações: o que o público mais pediu nos salões em cada década?
Personagem Rachel Green, de Friends, moldou uma década. Imagem: Divulgação

Anos 2000: A era da chapinha

Nos anos 2000, o visual liso e alinhado dominava. A chapinha virou item indispensável, e os salões viviam lotados com pedidos de alisamento e escova progressiva. 

Para os homens, o surgimento do conceito de “metrossexual”, homem que cuida da aparência, trouxe cortes mais modelados, sobrancelhas feitas e barba bem desenhada. O “topete espigado” com gel era presença constante.

Cortes que marcaram gerações: o que o público mais pediu nos salões em cada década?
Nos anos 2000, cabelo liso era sinônimo de beleza. Imagem: YouTube

Anos 2010: Empoderamento

A partir de 2010, os salões passaram a refletir um desejo maior de identidade e autoexpressão. Os homens resgataram o estilo clássico com um toque moderno: cortes fade, topetes com volume e barba cheia viraram tendência. 

Para as mulheres, o corte “long bob” virou queridinho, combinando elegância e praticidade. Também cresceu o movimento por cabelos naturais: cacheadas e crespas começaram a abandonar químicas e redescobrir sua textura original com orgulho.

Cortes que marcaram gerações: o que o público mais pediu nos salões em cada década?
Assumir o cacheado foi o grande debate dos anos 2010. Imagem: YouTube

Chegou a hora da diversidade

A década de 2020 é marcada pela diversidade e liberdade de escolha. Vivemos uma era em que não existe um corte dominante, mas sim o incentivo para que cada pessoa adote o estilo que melhor combina com sua identidade. 

Os salões se adaptaram para atender essa pluralidade: dos cortes clássicos aos mais ousados, tudo é bem-vindo, desde que represente quem você é.

Aecio de Paula

Formado em Jornalismo pela Universidade Católica de Pernambuco e pós-graduado em Direitos Humanos com foco em discurso de defesa das minorias sociais em processos eleitorais internacionais.

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