Cortes que marcaram gerações: o que o público mais pediu nos salões em cada década?
Entende como os cortes de cabelo mudaram com o passar do tempo e ajudaram a contar nossa história

Moda é cíclica, e isso vale também para os cabelos. Ao longo das décadas, certos cortes de cabelo se tornaram verdadeiros ícones culturais, refletindo comportamentos sociais, influências da música, do cinema e das transformações no estilo de vida.
Dos salões mais sofisticados às barbearias de bairro, os pedidos de corte sempre disseram muito sobre o espírito da época. A seguir, um passeio nostálgico, e cheio de estilo, pelos cortes que marcaram gerações.
Para ajudar a relembrar essa história, separamos abaixo os cortes mais pedidos pelas mulheres e homens no decorrer das últimas décadas.
Um corte por década
Ano 1950: o clássico impecável
Nos anos 1950, o visual polido e elegante era o ideal. Entre os homens, o corte “pompadour”, aquele topete volumoso eternizado por Elvis Presley, reinava absoluto, sempre acompanhado de muito gel para manter tudo no lugar.
Já entre as mulheres, os cabelos curtos com ondas marcadas, como os usados por Marilyn Monroe, faziam sucesso, sugerindo feminilidade, glamour e sofisticação.
Anos 1960: rebeldia
A década de 60 trouxe mudanças profundas, especialmente entre os jovens. Os cortes mais curtos e retos, como o icônico “bob cut” de Vidal Sassoon, simbolizavam modernidade e praticidade.
Nos salões masculinos, o cabelo com franja, usado pelos Beatles, influenciou toda uma geração que queria romper com os padrões rígidos do passado.
Anos 1970: Liberdade
Com a ascensão dos movimentos hippie e disco, os cortes refletiam a busca por liberdade e autenticidade. Cabelos longos, naturais e com volume eram a preferência tanto de homens quanto de mulheres.
Os afros poderosos, usados com orgulho pela população negra, tornaram-se um símbolo de identidade e resistência. Para os mais ousados, o mullet começava a dar as caras.
Anos 1980: Volume
Os anos 80 foram uma explosão de excessos, e os cabelos seguiram o mesmo caminho. Era a era do “quanto mais volume, melhor”.
Ondas permanentes, franjas armadas, cortes assimétricos e muito laquê tomavam conta dos salões. Celebridades como Madonna e David Bowie inspiravam visuais marcantes e irreverentes.
Foi também a década em que o mullet se popularizou de vez: “negócio na frente, festa atrás”.
Anos 1990: Minimalismo
Depois dos exageros dos anos 80, os anos 90 trouxeram um ar de simplicidade. Os cortes ficavam mais limpos e menos estruturados.
O “Rachel cut”, imortalizado por Jennifer Aniston na série Friends, virou febre mundial entre as mulheres.
Nos salões masculinos, os cortes curtos com fade nas laterais (influência do hip hop e do R&B) ganhavam força, enquanto os cabelos descoloridos de boy bands como NSYNC e Backstreet Boys faziam a cabeça dos adolescentes.
Anos 2000: A era da chapinha
Nos anos 2000, o visual liso e alinhado dominava. A chapinha virou item indispensável, e os salões viviam lotados com pedidos de alisamento e escova progressiva.
Para os homens, o surgimento do conceito de “metrossexual”, homem que cuida da aparência, trouxe cortes mais modelados, sobrancelhas feitas e barba bem desenhada. O “topete espigado” com gel era presença constante.
Anos 2010: Empoderamento
A partir de 2010, os salões passaram a refletir um desejo maior de identidade e autoexpressão. Os homens resgataram o estilo clássico com um toque moderno: cortes fade, topetes com volume e barba cheia viraram tendência.
Para as mulheres, o corte “long bob” virou queridinho, combinando elegância e praticidade. Também cresceu o movimento por cabelos naturais: cacheadas e crespas começaram a abandonar químicas e redescobrir sua textura original com orgulho.
Chegou a hora da diversidade
A década de 2020 é marcada pela diversidade e liberdade de escolha. Vivemos uma era em que não existe um corte dominante, mas sim o incentivo para que cada pessoa adote o estilo que melhor combina com sua identidade.
Os salões se adaptaram para atender essa pluralidade: dos cortes clássicos aos mais ousados, tudo é bem-vindo, desde que represente quem você é.