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Como precificar peças de crochê corretamente e não ter prejuízo

Como calcular preço de crochê: guia prático para valorizar seu trabalho e garantir lucro.

Você trabalha com crochê? Transformar fio em arte exige tempo, dedicação e muita habilidade. Mas será que o preço que é cobrado realmente compensa todo esse trabalho? A verdade é que muitos artesãos acabam vendendo por valores que mal cobrem o custo do material, sem perceber que estão perdendo dinheiro. Saber calcular corretamente é o caminho certo pra não ter prejuízo e valorizar cada ponto feito à mão.

Se a ideia é transformar o crochê em fonte de renda ou garantir aquele dinheiro extra no final do mês, entender como fazer esses cálculos faz toda diferença. Quer entender como isso funciona na prática? Continue a leitura!

Cálculo do custo do material

Tudo começa por aqui. Antes de pensar no valor final, é preciso saber quanto exatamente foi gasto pra fazer cada peça.

Peso e custo do fio ou barbante

Ter uma balança por perto ajuda — e muito. Ela permite saber o peso da peça pronta e, assim, calcular o quanto de fio foi usado.

O cálculo é bem simples: pegue o valor que foi pago pelo rolo e divida pelo peso dele.

Por exemplo:

  • Se o rolo pesa 600 gramas e custou R$ 18, cada grama sai por R$ 0,03 (18 ÷ 600 = 0,03).

Essa continha vale pra qualquer tipo de fio.

Custo real do material na peça

Agora é só pesar a peça pronta. Suponha que ela tenha 250 gramas. Multiplicando pelas R$ 0,03 por grama, chega-se ao valor de R$ 7,50.

Esse é o custo exato de material usado naquele trabalho.

E se tiver aplicações diferentes?

Se a peça leva detalhes com outro tipo de fio — mais grosso, mais fino ou mais caro — o caminho é o mesmo. Pese só a aplicação separadamente e calcule quanto ela custou, depois some ao valor da peça base.

Como calcular o valor de venda

Só calcular o material não basta. Ninguém vive só de cobrir custos, certo? É aqui que entra o valor da sua mão de obra, seu tempo, sua dedicação e, claro, seu lucro.

Fator de complexidade

Nem toda peça dá o mesmo trabalho. Por isso, existe um multiplicador que ajuda a definir o preço justo, levando em conta o nível de dificuldade e o tempo gasto.

Funciona assim:

  • Peça simples → multiplica por 3.
  • Peça de média complexidade → multiplica por 4.
  • Peça difícil, cheia de detalhes → multiplica por 5, 6, 7 ou até mais.

Isso garante não só que o custo seja coberto, mas também que exista lucro. E atenção: vender abaixo desse multiplicador é o mesmo que trabalhar de graça.

Exemplo prático

Imagine aquele tapete que teve custo de material de R$ 7,50. Se ele for simples, multiplica por 3 e o valor mínimo de venda será R$ 22,50. Mas dependendo da quantidade de cores, trocas de fio ou detalhes, esse multiplicador pode subir pra 4 ou mais. Nesse caso, o preço sobe pra R$ 30, por exemplo.

Pessoa sentada no sofá fazendo crochê, simbolizando trabalho artesanal.
Seu crochê tem valor! Aprender a calcular certinho faz toda diferença pra você não sair no prejuízo. Imagem: Freepik 

Como definir o preço final

O valor mínimo calculado é só o ponto de partida. Dá pra (e muitas vezes é necessário) cobrar mais, pensando em:

  • Quanto o mercado da sua cidade costuma pagar por peças semelhantes.
  • Se a peça tem detalhes que valorizam ainda mais, como mistura de cores ou pontos mais elaborados.
  • O quanto você valoriza seu próprio trabalho.

A decisão final sempre deve considerar tanto a matemática quanto a percepção de valor.

E o lucro, como calcular?

O lucro aparece depois de descontar o custo do material do valor de venda.

Usando o exemplo do tapete vendido a R$ 30 e com custo de R$ 7,50, o lucro é R$ 22,50.

E por rolo de barbante?

Se um rolo de 600g faz dois tapetes de 250g, que são vendidos a R$ 30 cada, a conta fica assim:

  • Venda total: R$ 60 (2 tapetes).
  • Custo do rolo: R$ 18.
  • Lucro: R$ 42.

E ainda sobram 100g que podem ser usadas pra outra peça, aumentando ainda mais o ganho.

Aliás, investir em peças que usam menos material, como tapetes de 250g, pode ser uma baita estratégia, principalmente quando a grana anda curta no bolso de todo mundo.

E aí, vale a pena continuar cobrando aquele precinho de amizade?

Com organização, cálculo e clareza, dá sim pra transformar o crochê numa fonte de renda que realmente compensa. Você já pensou em quanto vale, de verdade, cada ponto feito com tanto carinho pelas suas mãos?

Isabelli Ferreira

Graduanda em LETRAS Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Redatora do Grupo Sena Online

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