Bomba! Essas novelas turcas quase foram censuradas no Brasil
Tramas aclamadas pelo público brasileiro enfrentaram cortes e edições por cenas consideradas polêmicas

Nos últimos anos, as novelas turcas se tornaram um verdadeiro fenômeno de audiência no Brasil. Com roteiros cheios de reviravoltas, atuações dramáticas e um capricho visual que rivaliza com superproduções de cinema, elas caíram no gosto popular.
Mas o sucesso também trouxe uma série de polêmicas. Algumas dessas produções quase foram censuradas ou sofreram cortes significativos por conter cenas consideradas religiosas demais, machistas ou até mesmo politicamente incorretas.
As novelas que incomodaram
Entre os títulos que enfrentaram resistência está “Fatmagül”, uma das primeiras novelas turcas exibidas no Brasil, que causou incômodo por trazer, logo nos primeiros episódios, uma cena de estupro coletivo.
Embora o tema fosse tratado de forma crítica ao longo da trama, com foco na superação da vítima e na punição dos agressores, o impacto inicial foi forte o suficiente para gerar pressões por parte de telespectadores e grupos de defesa dos direitos humanos.
A emissora que exibia a novela optou por editar a cena e incluir um aviso de conteúdo sensível.
Outro caso emblemático foi o de “O Grande Guerreiro Otomano” (Diriliş: Ertuğrul), série com estrutura de novela histórica que retrata a ascensão do Império Otomano sob uma perspectiva fortemente islâmica.
Apesar de ter conquistado fãs no Brasil, especialmente entre admiradores de séries épicas, o conteúdo religioso explícito incomodou parte do público.
Houve críticas por suposta tentativa de “doutrinação” ou de difusão de valores que não condizem com o contexto brasileiro. Algumas plataformas de streaming chegaram a colocar o aviso de “obra de cunho religioso” e cortaram trechos de orações muçulmanas em episódios dublados.
Cenas de violência e machismo
Outro motivo recorrente de corte são as representações de violência doméstica ou relações tóxicas. Em “Força de Mulher” (Kadın), cenas envolvendo agressões psicológicas e físicas causaram desconforto, principalmente por serem acompanhadas de uma narrativa que, em certos momentos, romantizava a dependência emocional da protagonista.
Em alguns trechos dublados para o Brasil, falas consideradas opressoras foram suavizadas ou reescritas.
Também em “Amor Eterno” (Kara Sevda), cenas de ciúmes doentio, controle e perseguição por parte do protagonista masculino foram alvo de edições.
Enquanto alguns espectadores viam no personagem apenas um apaixonado intenso, outros identificavam traços abusivos preocupantes, e cobraram mudanças na forma de exibição.
As justificativas para a edição nas novelas
As emissoras e plataformas responsáveis pelas adaptações defendem que os cortes visam proteger o público e respeitar as normas de classificação indicativa brasileiras.
No entanto, essa justificativa nem sempre agrada os fãs mais puristas, que pedem versões integrais e com legendas, para manter a fidelidade ao conteúdo original.
Por outro lado, especialistas em mídia defendem que o debate é necessário.
Mas é censura?
A linha entre censura e curadoria cultural é tênue, e o caso das novelas turcas no Brasil escancara esse dilema.
Por um lado, há o desejo legítimo de preservar a essência original das histórias. Por outro, existe o dever de proteger o público de conteúdos potencialmente danosos ou ofensivos.
Mas e o que você acha desse assunto? Prefere acompanhar a novela integral sem qualquer tipo de edição, ou acha justo que as emissoras realizem cortes e edições para proteger o nosso público de conteúdos sensíveis?
O tema
O tema, diga-se de passagem, não está sendo debatido apenas entre os noveleiros. Nesse momento, o congresso nacional, o governo federal e o Supremo Tribunal Federal (STF) debatem mudanças em leis de regulamentação das redes sociais.
O tema é controverso. Parte da população acredita que não se deve mexer nesta questão, sob o risco de censura no país. Outra parte, no entanto, acredita que o estado precisa regular o conteúdo para evitar uma escalada de crimes online.