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APROVADO! Primeiro medicamento para tratar Alzheimer

Kisunla: Aprovado pela Anvisa no combate ao Alzheimer nas fases iniciais da doença

A recente aprovação em 22 de abril de 2025, do medicamento Kisunla pela Anvisa marca um avanço significativo no tratamento da doença de Alzheimer. Este é o primeiro medicamento que promete não apenas aliviar os sintomas, mas também retardar a progressão da enfermidade em pacientes com comprometimento cognitivo leve.

O que é o Kisunla?

Kisunla, conhecido pelo princípio ativo donanemabe, é um medicamento injetável que atua na remoção das placas amiloides do cérebro. Essas placas são consideradas uma das principais causas do Alzheimer, pois seu acúmulo prejudica a comunicação entre as células nervosas e leva à morte celular. A administração do Kisunla é feita uma vez por mês, oferecendo uma opção prática para os pacientes.

Frasco do Kisunla, medicamento usado para tratar os estágios iniciais do Alzheimer
Kisunla, medicamento que atua na redução das placas do Alzheimer.
Imagem: Eli Lilly and Company

Como funciona o tratamento?

O Kisunla age especificamente nas placas amiloides, promovendo sua eliminação do cérebro. Essa ação é crucial, pois a redução dessas placas pode desacelerar a progressão da doença, preservando a função cognitiva e a memória dos pacientes. A terapia é indicada para aqueles que apresentam sintomas iniciais da doença, como comprometimento cognitivo leve e demência leve.

Eficácia do Kisunla

Os resultados dos estudos com o Kisunla são bastante positivos. Em uma pesquisa importante, chamada “TRAILBLAZER-ALZ 2”, os pacientes que usaram o medicamento tiveram uma melhora na velocidade com que a memória e o raciocínio estavam piorando. Após 18 meses de tratamento, cerca de 76% das pessoas conseguiram reduzir significativamente as placas no cérebro que estão ligadas ao Alzheimer e, em muitos casos, essas placas diminuíram tanto que chegaram a níveis considerados normais.

Resultados que trazem esperança

Os estudos com o Kisunla trouxeram bons resultados. Um grande teste clínico mostrou que:

  • Após 6 meses, cerca de 30% dos pacientes tiveram redução nas placas.

  • Em 12 meses, esse número subiu para 66%.

  • E com 18 meses de tratamento, 76% alcançaram níveis considerados normais dessas placas no cérebro.

Esses dados indicam que o remédio tem potencial real de proteger as funções do cérebro por mais tempo e ajudar as pessoas a manterem sua rotina com mais independência.

Indicações e contra-indicações

Mesmo trazendo esperança, o Kisunla não é adequado para todos. O medicamento foi desenvolvido para pessoas que possuem o gene ApoE ε4, que aumenta o risco de desenvolver Alzheimer. Se você não tem esse gene, o tratamento não é recomendado.

Quem pode ser beneficiário?

  • Pacientes com comprometimento cognitivo leve.
  • Indivíduos com demência leve relacionada ao Alzheimer.
  • Aqueles que possuem o gene ApoE ε4.

Quem deve evitar o uso?

  • Pessoas que não têm o gene ApoE ε4 ou que têm apenas uma cópia dele.

  • Quem já teve reações alérgicas graves a outros medicamentos.

Efeitos colaterais e considerações

Como qualquer medicamento, o Kisunla pode apresentar efeitos colaterais. Um dos mais notáveis ​​é a ARIA (anormalidades de imagem relacionadas à amiloide), que pode causar inchaço temporário em áreas do cérebro. Embora a maioria dos casos seja resolvida com o tempo, é fundamental que os pacientes sejam monitorados durante o tratamento.

Outros efeitos colaterais

  • Reações alérgicas que podem ser graves.
  • Dor de cabeça.
  • Sintomas relacionados à infusão do medicamento.

Os pacientes devem estar cientes desses possíveis efeitos e discutir qualquer preocupação com seus médicos antes de iniciar o tratamento.

O impacto na vida dos pacientes e familiares

A aprovação do Kisunla traz uma nova perspectiva para aqueles que convivem com a doença de Alzheimer. Para muitos, a possibilidade de retardar a progressão da doença significa mais tempo de qualidade com familiares e amigos, além de uma maior autonomia nas atividades diárias.

A importância do suporte familiar

O suporte emocional e prático da família é essencial para o sucesso do tratamento. A compreensão da doença e a disposição para ajudar podem fazer uma diferença significativa na experiência do paciente. Além disso, a educação sobre a doença e suas implicações pode ajudar os familiares a lidar melhor com os desafios que surgem.

O futuro do tratamento do Alzheimer

A aprovação do Kisunla é um marco na luta contra o Alzheimer, mas também levanta questões sobre o futuro do tratamento da doença. A pesquisa continua a evoluir, e novas terapias estão sendo desenvolvidas para opções ainda mais eficazes.

O papel da pesquisa contínua

A pesquisa em neurociência está em constante avanço, e novas descobertas podem levar a tratamentos mais eficazes e personalizados. A colaboração entre instituições de pesquisa, empresas farmacêuticas e profissionais de saúde é importante para acelerar o desenvolvimento de novas terapias.

A chegada desse medicamento representa um passo importante no combate ao Alzheimer e traz uma nova esperança para muitas pessoas e suas famílias. Estar bem informado sobre os benefícios e possíveis riscos do medicamento faz toda a diferença. O acompanhamento médico, aliado à educação e ao apoio contínuo, é essencial para garantir os melhores resultados e proporcionar mais qualidade de vida aos pacientes.

 

Quezia Andrade

Biomédica CRBM2 nº 17394. Redatora especialista de conteúdos de Estética e Nutrição do grupo Sena Online.

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