Aposentados pelo INSS têm direito ao saque do FGTS e PIS/Pasep. Veja como pedir!
O acesso aos fundos de reserva, como o PIS, Pasep e FGTS, é um direito legítimo dos trabalhadores brasileiros, garantido por lei e conquistado através de décadas de luta sindical.
Após anos de contribuição dedicada ao sistema previdenciário brasileiro, os trabalhadores que se aposentam pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) têm o direito legítimo de sacar os valores acumulados em fundos específicos, como o Programa de Integração Social (PIS), o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Esses fundos foram criados com o objetivo de proporcionar uma reserva financeira aos trabalhadores, garantindo-lhes um amparo adicional durante a aposentadoria.
Requisitos para o Saque
Para ter acesso a esses benefícios, o trabalhador recém-aposentado deve solicitar uma certidão especial junto ao INSS. Essa certidão serve como comprovante de que o requerente está apto a retirar os valores depositados em seu nome nos fundos mencionados. Após a apresentação desse documento à instituição financeira responsável, o processo de liberação dos recursos é iniciado.
Casos Adicionais para Emissão de Certidão
Além da aposentadoria, existem outras situações em que o INSS emite certidões específicas. Uma delas é a concessão de pensão por morte, destinada aos dependentes de contribuintes ou aposentados que faleceram. Nesse cenário, a certidão é fundamental para que os familiares possam acessar os valores devidos.
Definição de Dependentes para Pensão por Morte
Ao lidar com casos de pensão por morte, é importante compreender quem é considerado dependente segundo as normas previdenciárias. De acordo com o INSS, os cônjuges, companheiros e filhos de até 21 anos ou com deficiência são classificados como dependentes diretos do segurado falecido.
Ausência de Dependentes Diretos
Caso o trabalhador falecido não tenha deixado dependentes nas categorias mencionadas, o direito à pensão é transferido para os pais ou irmãos com até 21 anos, desde que comprovem a dependência econômica em relação ao falecido.
No entanto, se não houver nenhum dependente nessas condições, um herdeiro (não dependente) pode solicitar ao INSS um documento que ateste a inexistência de parentes com direito à pensão. Nessa situação, a ordem de prioridade é a seguinte:
- Filhos maiores e capazes
- Pais (sem dependência econômica do trabalhador falecido)
- Parentes colaterais, incluindo irmãos, sobrinhos e tios, nessa ordem de prioridade.
É importante ressaltar que, além da certidão emitida pelo INSS, o solicitante pode precisar apresentar documentos adicionais de outros órgãos ou da Justiça, dependendo do caso específico.
Orientação Jurídica para Herdeiros
Em casos envolvendo a divisão de verbas de sustento, como resíduos de salário ou aposentadoria, restituição de Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) e FGTS, a advogada Laura Brito, especialista em Direito de Família e Sucessões, esclarece que esses valores devem ser pagos prioritariamente aos dependentes reconhecidos.
No entanto, quando não existem dependentes, esses recursos perdem a lógica de sustento imediato e passam a ser considerados patrimônio, devendo ser transferidos aos herdeiros não dependentes. Nessa situação, Brito recomenda que os familiares procurem um advogado ou defensor público para obter orientação adequada.
De acordo com a especialista, os herdeiros não dependentes precisarão solicitar um alvará judicial ou incluir os valores no inventário para ter acesso a esses recursos. Esse processo garante que os trâmites legais sejam devidamente cumpridos e que os direitos dos herdeiros sejam resguardados.
Processo de Emissão da Certidão pelo INSS
Para obter a certidão que comprova o direito ao saque dos valores depositados no PIS/Pasep, o usuário deve acessar o portal “Meu INSS”, disponível tanto por meio de um aplicativo móvel quanto pelo site oficial do governo federal.
No menu de opções, o beneficiário deve selecionar a opção “Certidão para Saque de PIS/Pasep/FGTS“. Essa certidão será o documento necessário para que a instituição financeira libere os valores devidos.
Por outro lado, para os familiares sem direito à pensão por morte, o item a ser selecionado é “Certidão de Inexistência de Dependentes Habilitados à Pensão por Morte”. Essa certidão comprovará que não há dependentes aptos a receber a pensão, possibilitando que os herdeiros não dependentes tenham acesso aos recursos pendentes.
Importância da Orientação Previdenciária
Navegar pelas complexidades das leis previdenciárias e trabalhistas pode ser um desafio, especialmente em momentos delicados, como a perda de um ente querido. Por isso, é fundamental que os trabalhadores e seus familiares busquem orientação adequada junto a profissionais especializados, como advogados previdenciários e defensores públicos.
Esses profissionais estão capacitados para esclarecer dúvidas, orientar sobre os procedimentos necessários e garantir que os direitos dos trabalhadores e seus dependentes sejam devidamente respeitados. Com a assistência correta, o processo de acesso aos benefícios trabalhistas pode ser conduzido de maneira mais tranquila e eficiente.
Importância dos Fundos de Reserva
Os fundos de reserva, como o PIS, Pasep e FGTS, desempenham um papel importante na proteção dos direitos trabalhistas e na garantia de uma renda adicional aos trabalhadores durante a aposentadoria ou em situações de emergência. Esses fundos representam uma conquista histórica dos movimentos sindicais e da luta pelos direitos dos trabalhadores no Brasil.
Ao contribuir regularmente para esses fundos ao longo de suas carreiras, os trabalhadores estão construindo uma base sólida para enfrentar os desafios financeiros que possam surgir no futuro. Esses recursos podem ser fundamentais para complementar a renda da aposentadoria, auxiliar em despesas médicas ou até mesmo servir como um colchão de segurança em momentos de necessidade.
Conscientização sobre os Direitos Previdenciários
É essencial que os trabalhadores e seus familiares estejam cientes de seus direitos previdenciários e trabalhistas. Muitas vezes, por falta de informação ou desinformação, benefícios valiosos podem ser negligenciados ou deixados de lado.
Nesse sentido, é importante que as autoridades competentes, como o INSS e os sindicatos, promovam campanhas de conscientização e disponibilizem informações claras e acessíveis sobre os procedimentos necessários para acessar esses benefícios. Quanto mais informados estiverem os trabalhadores, mais fácil será para eles reivindicar e usufruir dos direitos que lhes são garantidos por lei.
Acompanhamento Contínuo das Mudanças Legislativas
As leis e regulamentos previdenciários estão sujeitos a alterações periódicas, refletindo as mudanças nas políticas governamentais e nas demandas da sociedade. Por esse motivo, é fundamental que os trabalhadores e seus familiares mantenham-se atualizados sobre as últimas modificações na legislação.
Acompanhar essas mudanças pode ser um desafio, mas existem recursos disponíveis, como sites oficiais do governo, publicações especializadas e associações de aposentados, que podem fornecer informações confiáveis e atualizadas. Estar a par das alterações nas leis pode ser crucial para garantir que os direitos dos trabalhadores sejam preservados e que eles possam se beneficiar de quaisquer melhorias ou ajustes implementados.
Planejamento Financeiro para a Aposentadoria
Embora os fundos de reserva sejam uma importante fonte de renda adicional durante a aposentadoria, é essencial que os trabalhadores adotem uma abordagem abrangente de planejamento financeiro para garantir uma transição suave para essa nova fase da vida.
Isso inclui avaliar cuidadosamente as necessidades financeiras futuras, como despesas com moradia, saúde e lazer, e ajustar os investimentos e as poupanças de acordo. Buscar orientação de profissionais financeiros qualificados pode ser uma excelente opção para desenvolver um plano sólido e personalizado.
Além disso, é importante considerar outras fontes de renda, como planos de previdência privada, investimentos imobiliários ou até mesmo a possibilidade de continuar trabalhando em regime de meio período ou em atividades autônomas. Uma abordagem diversificada pode ajudar a garantir uma maior estabilidade financeira durante a aposentadoria.