Alarme: uma doença avança entre idosos e exige atenção imediata; saiba como identificar e tratar
O cuidado com a saúde é essencial para manter uma boa qualidade de vida durante a velhice. Saiba como identificar uma das doenças mais comuns entre os idosos e previna-se
A gota, ou hiperuricemia, é uma doença que tem afetado um número crescente de pessoas no Brasil, especialmente entre os idosos. Estima-se que cerca de 50.000 pessoas no país sofram com essa condição, segundo a Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia de Tornozelo e Pé. Essa doença não apenas causa dores intensas, mas, se não tratada adequadamente, pode levar a sérias complicações, como deformidades nas articulações e até invalidez.
O que é a gota e como ela se desenvolve?
A gota é uma doença metabólica caracterizada pela elevação dos níveis de ácido úrico no sangue. Esse ácido se acumula e forma cristais nas articulações, principalmente no dedão do pé, mas também pode afetar outras regiões, como tornozelos e joelhos. O aumento dos níveis de ácido úrico no sangue (acima de 7mg/dl) é a principal causa da formação desses cristais, que geram inflamação, dor e desconforto.
A gota ocorre quando o corpo não consegue eliminar adequadamente o excesso de ácido úrico, resultando em sua acumulação nas articulações. Isso pode ocorrer por fatores genéticos, doenças renais ou metabólicas, além de hábitos alimentares e de estilo de vida inadequados.
Sintomas da gota: como identificar a doença
A gota é uma doença que se manifesta por meio de sintomas dolorosos e evidentes. A dor geralmente surge de forma repentina, muitas vezes durante a noite ou nas primeiras horas da manhã. A articulação afetada fica vermelha, inchada, quente ao toque e extremamente sensível. A dor pode ser tão intensa que até o simples toque de uma lâmina de cobertor pode ser insuportável para o paciente.
Além da dor articular, outros sintomas podem acompanhar a crise de gota, como febre, calafrios, taquicardia (aumento da frequência cardíaca) e sensação de mal-estar geral. Em alguns casos, a pele sobre a articulação afetada pode adquirir uma coloração arroxeada ou avermelhada, com um aspecto brilhante e enrijecido.
O Manual MSD, uma das principais referências médicas, descreve essas manifestações como um quadro clínico clássico da gota. É importante notar que, embora a doença seja mais comum no dedão do pé, ela também pode afetar outras articulações, como tornozelos, joelhos, cotovelos e até as mãos.
Fatores de risco e como prevenir a gota
A gota pode ser desencadeada ou agravada por uma série de fatores de risco. Entre os mais comuns estão:
- Alimentação inadequada: Alimentos ricos em purinas, como carnes vermelhas, mariscos e outros frutos do mar, aumentam os níveis de ácido úrico no sangue. Além disso, bebidas alcoólicas e produtos ricos em frutose, como refrigerantes, também são vilões para a saúde das articulações.
- Obesidade: O excesso de peso é outro fator que contribui para o desenvolvimento da gota. Indivíduos obesos têm maior probabilidade de apresentar níveis elevados de ácido úrico.
- Idade e sexo: A gota é mais comum em homens, especialmente aqueles acima dos 40 anos. No entanto, as mulheres também podem ser afetadas, especialmente após a menopausa, quando os níveis de ácido úrico aumentam.
- Problemas renais e metabólicos: Doenças que comprometem a função renal, como insuficiência renal crônica, podem dificultar a eliminação do ácido úrico do organismo, aumentando o risco de gota.
- Uso de medicamentos: Certos medicamentos, como diuréticos, podem elevar os níveis de ácido úrico e contribuir para o desenvolvimento da doença.
A prevenção da gota está diretamente ligada ao controle desses fatores. Seguir uma dieta balanceada, praticar exercícios físicos regularmente, manter o peso corporal saudável e evitar o consumo excessivo de álcool e alimentos ricos em purinas são atitudes fundamentais para reduzir o risco de desenvolver a doença.
Diagnóstico da gota
O diagnóstico da gota geralmente é realizado por meio da avaliação clínica, levando em consideração os sintomas relatados pelo paciente e os achados físicos nas articulações. O médico pode também solicitar exames laboratoriais, como a dosagem de ácido úrico no sangue, para confirmar a presença de níveis elevados dessa substância.
Além disso, a análise do líquido sinovial (presente nas articulações) pode ser feita para verificar a presença de cristais de ácido úrico. Este exame é considerado o padrão-ouro para o diagnóstico da gota, embora nem sempre seja necessário, dependendo da apresentação clínica do paciente.
Como tratar a gota: opções terapêuticas
O tratamento da gota envolve, principalmente, o controle dos níveis de ácido úrico no sangue e o alívio dos sintomas durante as crises. Para isso, o tratamento pode incluir medicamentos e mudanças no estilo de vida.
- Medicamentos para controle da dor e inflamação: Durante uma crise de gota, os medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), como o ibuprofeno, podem ser utilizados para aliviar a dor e reduzir a inflamação nas articulações. Em casos mais graves, o uso de corticosteroides pode ser indicado.
- Medicamentos para controlar o ácido úrico: O tratamento a longo prazo da gota inclui o uso de medicamentos que ajudam a reduzir os níveis de ácido úrico no sangue, como o allopurinol e o febuxostat. Esses medicamentos podem ser usados para prevenir novas crises e evitar o acúmulo de cristais nas articulações.
- Repouso e imobilização: Durante uma crise aguda de gota, é recomendável repousar a articulação afetada, aplicando gelo para reduzir o inchaço e a dor. O uso de uma tala pode ajudar a imobilizar a articulação e minimizar o desconforto.
- Mudanças no estilo de vida: A adoção de hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada e a prática regular de atividades físicas, é essencial para o controle da gota. O acompanhamento médico contínuo e a adesão ao tratamento são fundamentais para evitar complicações a longo prazo.
O acompanhamento médico regular e o seguimento das orientações são imprescindíveis.